Joseph Smith:  O Ungido do Senhor
Por John A. Tvedtnes

     No dia em que a Igreja Restaurada foi organizada, 6 de Abril de 1830, o Senhor revelou os detalhes sobre o chamado de Joseph Smith:

“Eis que um registro será escrito entre vós; e nele serás chamado vidente, tradutor, profeta, apóstolo de Jesus Cristo, élder da igreja pela vontade de Deus, o Pai, e pela graça de vosso Senhor Jesus Cristo, sendo inspirado pelo Espírito Santo a lançar o alicerce dela e edificá-la para a santíssima fé.” (D&C 21:1-2)

 

    O que me fascina não é somente a variedade de chamados, mas o fato de que eles estão listados em ordem cronológica. Joseph primeiramente se tornou um vidente (significando “aquele que vê”) quando o Pai e o Filho lhe apareceram na primavera de 1820. Ele em seguida recebeu o chamado de tradutor, comissionado a traduzir o Livro de Mórmon, um processo que começou em 1827. Durante o curso da tradução, ele começou a receber revelações para sua própria missão assim como para outros que chegaram a acreditar em sua obra, fazendo-o então um profeta. No verão de 1829, ele e Oliver Cowdery receberam as chaves de Pedro, Tiago e João, e tornaram-se por sua vez apóstolos. No dia em que a Igreja foi organizada, Joseph foi ordenado para ser o primeiro élder da Igreja e Oliver Cowdery o segundo.

 

    Umas poucas semanas antes de sua morte, o profeta dirigiu-se aos Santos em Nauvoo, declarando:

Todo homem que tem um chamado para ministrar aos habitantes do mundo foi ordenado para esse mesmo propósito no Grande Conselho dos céus antes que esse mundo existisse.[1] Suponho que fui ordenado para este mesmo cargo naquele Conselho. É o testemunho de que desejo de que eu sou um servo de Deus, e que este povo é Seu povo. Os antigos profetas declararam que nos últimos dias o Deus dos céus deveria estabelecer um reino que nunca deveria ser destruído,[2] nem entregue a outro povo; e exatamente na mesma época em que isto foi calculado acontecer, este povo está lutando para que isto aconteça...eu estimo ser um dos instrumentos para estabelecer o reino de Daniel pela palavra do Senhor, e pretendo colocar um alicerce que revolucionará o mundo inteiro. (History of the Church 6:364-5)

Brigham Young semelhantemente disse:

    "Não deveria esta idéia confortar todo o povo? Eles serão, cada vez mais, milhares de vezes mais gratos por um homem tal como Joseph Smith Jr., do que seja possível para eles ser por quaisquer outro bem terrestre. É sua missão garantir que todos os filhos dos homens nesta última dispensação sejam salvos, isso pode ser realizado através da redenção. Cada um de vocês será grato que Joseph Smith Jr. foi ordenado para este grande chamado antes que os mundos existissem. Eu lhes digo que a doutrina da eleição e da reprovação é uma doutrina verdadeira. Foi decretado nos conselhos da eternidade, muito antes que os alicerces desta terra fossem estabelecidos, que ele deveria ser o homem, na última dispensação deste mundo, para levar adiante a palavra de Deus ao povo, e receber a plenitude das chaves e poder do Sacerdócio do Filho de Deus. O Senhor tem seu olho sobre ele, e sobre seu pai, e sobre o pai de seu pai, e sobre todos os seus progenitores até regressarmos a Abraão, e de Abraão ao dilúvio, e do dilúvio a Enoque, e de Enoque a Adão. Ele tem observado aquela família e aquele sangue como tivesse ele circulado desde sua fonte até o nascimento daquele homem. Ele foi pré-ordenado na eternidade para presidir sobre esta última dispensação...[Deus] sabia de antemão que José, quem foi vendido para o Egito, faria. José foi ordenado para ser o salvador temporal da casa de seu pai, e a semente de José foi ordenada para ser os salvadores temporais e espirituais de toda a casa de Israel nos últimos dias. A semente de José se imiscuiu entre todas as sementes dos homens sobre a face de toda a terra. A grande maioria daqueles que agora estão diante de mim são descendentes daquele José que foi vendido. Joseph Smith Jr. foi pré-ordenado para vir através dos lombos de Abraão, Isaque, Jacó e José, e assim por diante através dos profetas e apóstolos; e então surgir nos últimos dias para ser um ministro da salvação, e portar as chaves da última dispensação da plenitude dos tempos. (Journal of Discourses 7:289-90)"

    Por causa de sua pré-ordenação, o chamado de Joseph Smith foi revelado para antigos profetas. Um destes foi José, filho de Jacó (renomeado Israel), quem havia sido vendido ao Egito e resgatou sua família durante um tempo de fome. Um descendente deste José foi o profeta Leí, quem citou a antiga profecia de seu ancestral enquanto abençoava seu próprio filho, também chamado José:

“Portanto José verdadeiramente viu nossos dias. E obteve a promessa do Senhor de que do fruto de seus lombos o Senhor Deus levantaria um ramo justo para a casa de Israel; não o Messias, mas um ramo que seria arrancado e, não obstante, seria lembrado nos convênios do Senhor de que o Messias lhes seria manifestado nos últimos dias, com o espírito de poder, a fim de tirá-los das trevas para a luz—sim, das trevas ocultas e do cativeiro para a liberdade. Porque José verdadeiramente testificou, dizendo: O Senhor meu Deus levantará um vidente, que será um vidente escolhido para o fruto de meus lombos. Sim, José verdadeiramente disse: Assim me diz o Senhor: Um vidente escolhido levantarei eu do fruto de teus lombos... A ele ordenarei que faça um trabalho para seus irmãos, o fruto de teus lombos, que lhes será de grande benefício, levando-os a conhecer os convênios que fiz com teus pais... E ele será grande como Moisés, o qual eu disse que suscitaria para vós a fim de libertar meu povo, ó casa de Israel. E suscitarei Moisés para tirar teu povo da terra do Egito. Suscitarei porém um vidente do fruto de teus lombos e a ele darei poder para revelar minha palavra à semente de teus lombos... e seu nome será igual ao meu e será chamado pelo nome de seu pai. E ele será semelhante a mim; porque aquilo que o Senhor fizer através de sua mão, pelo poder do Senhor, levará meu povo à salvação.(2 Néfi 3:5-7, 9-11, 15)

 

    Esta profecia também se encontra na tradução de Joseph Smith de Gênesis 50:24-38. que contém as palavras proferidas por José em seu leito de morte. A promessa é dupla:

1)       Deus enviará um profeta chamado Moisés para livrar Israel do cativeiro Egípcio, e

2)      nos últimos dias, Deus chamará um profeta nomeado Joseph (José em Inglês), um descendente do José de outrora, para trazer o povo para o poder e à luz. Este profeta dos últimos dias é Joseph Smith, que tem o mesmo primeiro nome de seu pai.

Moisés e Aarão

    

    A profecia de José sobre Moisés é confirmada na tradição Judaica, notavelmente em dois targumins (ou traduções da Bíblia para o Aramaico) do segundo século A.D.[3] Em uma extensiva adição a Gênesis 40:12 no Targum Neofiti, José interpreta os três ramos do sonho do copeiro como sendo: "Os três ramos são os três pais do mundo: nomeadamente; Abraão, Isaque e Jacó, de quem os filhos dos filhos haveriam de ser escravizados na terra do Egito e que seriam livrados pelas mãos de três líderes fiéis: Moisés, Aarão e Miriã, que serão semelhantes às partes das vinhas."[4]  Semelhantemente, no Talmude Babilônico temos Rabi Eleazer explicando que “A vinha é o mundo”, e os ‘três ramos’ são [os patriarcas] Abraão, Isaque e Jacó”, com o Rabi Josué corrigindo-o ao dizer, “A ‘vinha’ é a Tora, e os ‘três ramos’ são Moisés, Aarão e Miriã (Talmude Babilônico, Hullin 92a). Enquanto no Livro de Mórmon temos José profetizando de Moisés e de que um de seus próprios descendentes, também haveria de ser chamado José, a tradução de Joseph Smith (TJS) de Gênesis 50:35 confirma que José também profetizou de Aarão como o companheiro de Moisés ao dizer, “E eu farei um porta-voz para ele, e seu nome será chamado Aarão.” [5]  A partir do relato padrão em Gênesis 50:24-25, parece claro que José estivesse ciente de que os Israelitas iriam algum dia deixar o Egito, embora ele não diga nada sobre o cativeiro pelo qual teriam eles de suportar neste ínterim. Mas Pirqe de Rabi Eliezer 48 cita a passagem do Gênesis e inclui a profecia de José sobre o cativeiro e livramento dos Israelitas por Deus. No Targum Pseudo-Jonatã de Gênesis 50:24, José diz a sua família, "Eis que vós sereis escravizados no Egito, mas não façam planos para sairdes do Egito até o tempo em que dois libertadores virão e dirão a vós, 'O Senhor certamente de vós se lembrou.'" (ver Êxodo 2:24; 6:5) [6] Isto sugere que José sabia da vinda de Moisés e Aarão para libertar Israel e confirma a adição de Joseph Smith a Gênesis 50:24-25. Significativamente, o material adicional no Targum está precisamente no mesmo lugar onde a TJS coloca a profecia, logo após Gênesis 50:24.

O Chamado de Joseph Smith

    A identificação de Joseph Smith como o “vidente escolhido” da linhagem de José parece ser confirmada na bênção patriarcal deixada pelo Profeta a Oliver Cowdery em 22 de Setembro de 1835 e registrada em 3 de Outubro de 1835 por Oliver, em que lemos de Joseph que

Tal como Moisés de outrora, ele ouvirá a voz, dizendo, eu sou o Deus de teus pais Abraão, Isaque e Jacó... Então será ele honrado do Senhor, e desta forma será dele registrado, que a geração que está por vir possa abençoar o seu nome, em Israel dizendo, “O Senhor a ti faça como o Joseph o vidente, que era da casa de Efraim o irmão de Manasses. Faça o Senhor a ti o bem, e traga a paz e bênçãos sobre tua casa, tal qual ele as trouxe sobre a casa de Joseph o vidente, quem foi levantado como uma vinha escolhida a partir do tronco de Jacó através da raiz de José, o mesmo José que foi separado de seus irmãos; pois como José de outrora ele será... Pelas chaves do reino ele liderará Israel à terra de Sião, enquanto a casa de Jacó jubilará em danças e cantigas... Ele será um legislador para Israel, e ele ensinará a casa de Jacó os estatutos do Altíssimo... Os registros das gerações e eras passadas, e as histórias dos dias antigos ele revelará.[7]

A referência à vinha e raiz reflete a profecia de Isaías 11:1-10. Um revelação dos últimos dias conhecida como D&C 113:1-6 sugere que a passagem de Isaías refere-se a três indivíduos separados que exercerão um importante papel de liderança nos últimos dias.  Ela explica que o tronco, o rebento e a raiz de Jessé (pai do rei Davi) como sendo respectivamente, “(1) Cristo... (2) um servo nas mãos de Cristo, que em parte é descendente de Jessé assim como de Efraim, ou seja, da casa de José...[e] (3) um descendente de Jessé, assim como de José, a quem por direito pertencem o sacerdócio e as chaves do reino, posto por estandarte e para a coligação de meu povo nos últimos dias.” [8] È provável que um dos dois últimos seja Joseph Smith.[9]

O Messias de José

    Um grande número de escritores Santos dos Últimos Dias estabeleceu uma comparação entre a vida e chamado de Joseph e a tradição Judaica de um messias que seria descendente de José e de seu filho Efraim. [10] O termo Hebreu a partir do qual obtemos palavra messias significa “ungido”. Na antiga Israel, os reis [11] e sumo-sacerdotes [12] eram regularmente ungidos, e há até mesmo referências para unção de profetas. [13]

    No folclore Judaico, o Messias de José deverá começar a coligação das tribos, saudar a Elias após seu retorno prometido, e está destinado a ser um líder militar que morre em combate.[14] A vista da profecia em 2 Néfi 2:6-21. Joseph Smith parece se adequar a esta descrição. [15] Em 1836, ele recebeu as chaves da coligação de Israel das mãos de Moisés e o poder selador das mãos de Elias (D&C 110), quem deveria preceder a segunda vinda de Cristo à terra (Malaquias 4:5-6). [16] Como tenente-general e comandante da Legião de Nauvoo, ele foi morto por uma turba formada em sua maioria por homens das milícias do Illinois e do Missouri.

No fim dos anos 70, enquanto lecionava na Universidade Brigham Young de Jerusalém, fui convidado para dar uma série de palestras (em Hebreu) sobre o tópico Mormonismo na Universidade de Haifa. Em uma das palestras, eu mostrei um gráfico delineando as principais realizações de Joseph Smith. Minha intenção era falar sobre cada item da lista, e no final, sugerir que Joseph Smith tinha todas as qualificações para ser o Messias ben Josef, esperado pelos Judeus. Mas isto se tornou desnecessário. Quando cheguei ao terceiro tópico da lista, eu escutei um sussurro entre um grupo de estudantes judeus ortodoxos na audiência. Eles estavam dizendo, Mashian ben Josef, “O Messias filho de José.”[17]

De acordo com a Midrash Rabbah de Gênesis 84:8-10, José profetizou que seu descendente, o Messias de José, iria abolir a idolatria em Israel. Yelammedenu 20 indica que Raquel profetizou que José seria o ancestral do Messias que se levantaria nos últimos dias. [18] “O Messias filho de José” é  brevemente mencionado no texto rabínico Tanna debe Eliyahu (Eliyahu Rabbah 98), escrito algum tempo por volta do terceiro e nono séculos A.D., enquanto o medieval Zohar de Gênesis 25b fala do “primeiro Messias” e do “segundo Messias.” O Talmude Babilônico nota que após a morte do Messias de José, o Messias filho de Davi rogará a Deus para que lhe restaure a vida (Sukkah 52a). [19]

    A passagem logo em seguida declara que os quarto ferreiro vistos por Zacarias (Zacarias 1:20)[20] Eram “O Messias filho de David, o Messias filho de José, Elias e o Justo Sacerdote” (Sukkah 52b).[21] Elias, na tradução Judaica, deve voltar à terra como um precursor do Messias filho de Davi. O “justo sacerdote” pode ser o Messias de Aarão mencionado em alguns dos pergaminhos do Mar Morto, algumas vezes junto como o Messias filho de Davi. [22] Isto me faz lembrar de que João Batista era um tipo de Elaías (forma Grega para Elias) que se tornou o precursor de Cristo quando ele primeiramente veio na mortalidade.[23]

A partir do Testamento dos Doze Patriarcas, temos indicações que um messias iria descender de José. [24] Por exemplo, a versão Armênia do Testamento de José 19:8 nota que a virgem que daria a luz ao Messias estaria “vestindo uma estola de muitas cores,” [25] o que parece ser uma referência à “túnica de muitas cores” de José. (Gênesis 37:3). A conexão entre José e o Messias é reforçada no Testamento de Benjamim 3:8, onde Jacó declara a José, “Através de ti cumprir-se-á a profecia celeste concernente ao Cordeiro de Deus, o Salvador do mundo, pois o imaculado será traído por homens sem lei, e aquele que está sem pecado morrerá por homens ímpios pelo sangue do convênio para a salvação dos gentios e de Israel e para a destruição de Belial e seus servos” [26]

Na bênção registrada em Gênesis 49:24, Jacó diz de José, “donde é o pastor e a pedra de Israel”. Isto soa muito parecidamente como uma declaração messiânica, pois Cristo é tanto o bom pastor (João 10:11) e a pedra de Israel (I Coríntios 10:4). Na verdade, em D&C 50:44, Jesus é chamado “o bom pastor, e a pedra de Israel.” A passagem de Gênesis pode ter dado origem ao conceito do “messias de José” entre Judeus e Samaritanos. [27]

    

    Na tradução Judaica, o messias de José era para ser um descendente de Josué, ele mesmo da tribo de Efraim, filho de José (ver Números 13:8, 16; I Crônicas 7:22-27), e irá ser, como Josué foi, um líder militar. Targum Pseudo-Jonathan sobre Êxodo 40:11 fala de Josué e “do Messias, filho de Efraim que ira dele descender, e através de que a casa de Israel sairá vitoriosa sobre Gog e seus associados nos últimos dias.” [28]

Na pseudoepígrafe de 3 Enoque 45:5, o anjo Metatron (que havia sido Enoque na mortalidade) diz ao Rabi Ismael, “E eu vi: o Messias filho de José e sua geração, e tudo o que eles farão aos gentios. E eu vi o filho de Davi e sua geração, e todas as batalhas e guerras, e tudo o que eles farão por Israel, quer sejam para o bem ou para o mal. E eu vi: todas as batalhas e guerras em que Gog e Magog lutarão contra Israel nos dias do Messias, e tudo o que o Santíssimo, abençoado seja ele, fará para eles no tempo que está por vir.” [29] Alguns comentaristas têm sugerido que o grande búfalo visto por Enoque fosse o Messias de José (1 Enoque 90:38). [30]

Zohar Números 194b fala de um dragão nomeado “Shiryah, que está destinado a vir com o Messias de Efraim, e quem operará vingança sobre outras nações; e então será o tempo para se esperar o livramento de Israel.” [31] De acordo com o Talmude Babilônico (Baba Batra 123b), Roma será entregue apenas nas mãos de um descendente de José. Vários textos medievais indicam que o império Grego cairia através da tribo de Levi, enquanto o império Romano cairia através da tribo de José. [32] Midrash Rabbah Gênesis 99:2, comentando sobre as imagens de animais para Benjamim, Judá, e José nas bênçãos pronunciadas pelo seu pão Jacó (Gênesis 49:9, 22, 27), [33] identifica o leão como Babilônia, que caiu através das mãos de Daniel de Judá; [34] o lobo com os Medas, sobre os quais Mordecai de Benjamim tornou-se um legislador;[35] enquanto o boi que é a besta de maior chifre (poder) como sendo uma representação do reino do mal nos últimos-dias que José irá subjugar antes da era messiânica.

Uma passagem (Midrash Rabbah Números 14:1) surpreendentemente diz que existirão tanto um “Messias que irá brotar a partir dos filhos de Manassés” e um “Messias ungido para a guerra que será um descendente de Efraim,” em adição ao “Grande Redentor quem deverá ser um descendente dos netos de Davi.” [36]

A Tradição Samaritana

    Os Samaritanos, quem alegam ser os descendente de José e (no caso de seus sacerdotes e Levitas) de Levi, têm também uma tradição sobre um líder do tipo-messias que virá nos últimos dias. O divinamente-indicado Ta’eb ouTaheb deverá ser um Josué renascido ou retornado. [37]  Uma midrash Samaritana (Manuscrito Samaritano do Museu Britânico Or. 3393) compreende o título Ta’eb como sendo “aquele que se arrepende” ou “aquele que faz com que se arrependa.” [38] A palavra realmente significa “o que retorna”, mas é compreendida (assim como seu cognato em Hebraico) como tendo o sentido de alguém que se “arrepende”, isto é, retorna a Deus.

Um poema Samaritano atribuído a Abisha ben Pinhas (décimo - quarto século A.D.), porém incorporando material Samaritano de tradições mais antigas, diz que do libertador prometido, “Quando o Taheb crescer, sua justiça será revelada. O Senhor o chama e lhe ensina suas leis. Ele lhe dará uma escritura nova e os revestirá com profecia.” [39] No começo do terceiro século A.D., o teólogo Cristão Orígenes escreveu que “Dositeus o Samaritano, após o tempo de Jesus quis persuadir os Samaritanos de que ele mesmo fosse o Messias profetizado por Moisés” (Against Celsus 6.2).

Conclusões

    

    A partir da evidência que temos examinado aqui, está claro que a antiga tradição judaica tinha José como profetizando sobre a vinda de Moisés e Aarão e de um de seus próprios descendentes que veio a ser conhecido como o “Messias de José.” Estas tradições suportam as passagens do Livro de Mórmon e da TJS de Gênesis 50 concernente a profecia de José sobre estes mesmos indivíduos.

Notas:


[1] While some think this means that all ordained priesthood holders were foreordained in the premortal council, I tend to believe that only those whose authority extends to all “the inhabitants of the world” are thus called, and this would refer only to General Authorities whose keys allow them to minister anywhere in the world. This seems to be the meaning of Abraham 3:23: “And God saw these souls that they were good, and he stood in the midst of them, and he said: These I will make my rulers; for he stood among those that were spirits, and he saw that they were good; and he said unto me: Abraham, thou art one of them; thou wast chosen before thou wast born.”

[2] Daniel 2:44; 7:27.

[3] The Hebrew word targum (plural targumim) means “translation” and refers to the Aramaic translations of the Bible made after the Jews, during the Babylonian captivity, had adopted Aramaic instead of Hebrew as their native tongue.

[4] Martin McNamara, Targum Neofiti 1: Genesis (The Aramaic Bible volume 1A, Collegeville, MN: The Liturgical Press, 1992), 182. According to Jasher 68:1, Moses’ sister Miriam, when still a child, predicted, “Behold a son will be born unto us from my father and mother this time, and he will save Israel from the hands of Egypt.”

[5] For a discussion, see John A. Tvedtnes, “Joseph’s Prophecy of Moses and Aaron,” FARMS Update 143, Insights 21/1 (January 2001).

[6] Michael Maher, Targum Pseudo-Jonathan: Genesis (The Aramaic Bible volume 1B, Collegeville, MN: The Liturgical Press, 1992), 166.

[7] The original Patriarchal Blessings Book, kept by Oliver Cowdery, is in the LDS Church archives.

[8] Midrash Rabbah Genesis 97, commenting on Deuteronomy 33:22, reads, “R. Hama b. R. Hanina said: This alludes to Messiah the son of David who was descended from two tribes, his father being from Judah and his mother from Dan, in connection with both of which ‘lion’ is written: JUDAH IS A LION’S WHELP; Dan is a lion's whelp (Deut. XXXIII, 22).” H. Freedman and Maurice Simon, eds., Midrash Rabbah (reprint, London: Socino Press, 1961), Genesis vol. 2, 906.

[9] We note, however, that Brigham Young declared that “Joseph Smith was a pure Ephraimite” (Journal of Discourses 2:269).

[10] Cleon Skousen, The Third Thousand Years (Salt Lake City: Bookcraft, 1964), 156f.; Kirk Holland Vestal and Arthur Wallace, The Firm Foundation of Mormonism (Los Angeles: LL Company, 1991), 205-211; Joseph Fielding McConkie, His Name Shall Be Joseph: Ancient Prophecies of the Latter-day Seer (Salt Lake City: Hawkes, 1980); Prophets and Prophecy (Salt Lake City: Bookcraft, 1988), 56, 58-60; Joseph Fielding McConkie, “Joseph Smith as Found in Ancient Manuscripts,” in Monte S. Nyman, ed., Isaiah and the Prophets: Inspired Voices from the Old Testament (Provo: BYU Religious Studies Center, 1984), 11-31; Matthew B. Brown, All Things Restored: Confirming the Authenticity of LDS Beliefs, (American Fork: Covenant, 2000), 34f.; Michael T. Griffith, One Lord, One Faith: Writings of the Early Christian Fathers as Evidences of the Restoration (Bountiful: Horizon, 1996), 94-96. Griffith errs in saying that the prophet of whom Moses spoke in Deuteronomy 18:15-18 was Joseph Smith. The scriptures make it clear that this prophet was Jesus Christ (1 Nephi 22:20-21; 3 Nephi 20:23; Joseph Smith History 1:40). Griffith’s is evidently unaware of these passages (in one of which Christ himself says he is that prophet) and he argues that it must be Joseph Smith because “Jesus was and is much more than a prophet.” While we can agree with this statement, we can also say that he was and is much more than a Christ or Messiah, since these terms merely means “anointed one” and were applied to Old Testament kings. It is somewhat strange that Griffith’s declaration is found in a passage in which he is trying to establish that Joseph Smith is the “Messiah” of Joseph!

[11] Judges 9:8, 15; 1 Samuel 2:35; 9:16; 10:1; 15:1, 17; 16:1-17; 24:6, 10; 26:9, 11, 16, 23; 2 Samuel 1:14, 16; 2:4, 47; 3:39; 5:3; 12:7, 17; 19:11, 21; 22:51; 23:1; 1 Kings 1:33-35, 39, 45; 19:15-16; 2 Kings 9:1-13; 11:12; 23:30; 1 Chronicles 11:3; 14:8; 16:22; 29:22; 2 Chronicles 6:42; 22:7; 23:11; Psalms 2:2; 18:50; 20:6; 45:7; 84:9; 89:20, 38, 51; 105:15; Lamentations 4:20; Habakkuk 3:13.

[12] Exodus 29:4‑9; see also Exodus 28:41; 30:30; 40:12-15; Leviticus 8:12-13, 30; 21:10-12; Psalm 133:1-2.

[13] 1 Kings 19:16; see 1 Chronicles 16:22; Psalm 105:15. According to 2 Nephi 25:18, there was to be only one Messiah, but this passage must be understood in reference to the fact that there is only one anointed Savior. At the beginning of his ministry, Christ read the passage about the anointing in Isaiah 61:1-2 and declared that it referred to him (Luke 4:18-21; cf. D&C 138:42).

[14] For the Jewish tradition, see Joseph Klausner, The Messianic Idea in Israel from Its Beginning to the Completion of the Mishnah (New York: Macmillan, 1955), chap. 9, “Messiah ben Joseph and the War with Gog and Magog,” 483-501; Joseph Heinemann, “The Messiah of Ephraim and the Premature Exodus of the Tribe of Ephraim,” Harvard Theological Review 8/1 (January 1975): 1-15; Hugh J. Schonfield, Secrets of the Dead Sea Scrolls: Studies Towards Their Solution (New York: Thomas Yoseloff, 1957), 68-72, 74-76, 80-82, 129-130, 153; Isidore Singer, Managing Ed., The Jewish Encyclopedia (New York: Funk & Wagnalls, 1901), 1:683; 8:511-512; D. Berger, “Three Typological Themes in Early Jewish Messianism: Messiah Son of Joseph, Rabbinical Calculations, and the Figure of Armilus,” Journal for the Association for Jewish Studies 9 (1984), 141-64. One of the best all-round books on Jewish concepts of the Messiah is Raphael Patai, The Messiah Texts: Jewish Legends of Three Thousand Years (Detroit: Wayne State University Press, 1979), especially chapter 17 (“Messiah ben Joseph”). Unfortunately, he does not include the Dead Sea Scrolls.

[15] For Joseph Smith’s Josephite ancestry, see History of the Church 6:16-17.

[16] Jews still leave an empty chair at the table for Elijah during the Passover ceremony at which they believe he will return to earth. Elijah’s visit to the Kirtland Temple in 1836 corresponded with the Passover.

[17] In addition to the texts examined here, the Messiah of Joseph is mentioned in Tanhuma Buber Wa-Yiggash 3, Midrash Psalms 60:9; 87:4; Targum Song of Songs 4:5; 7:4.

[18] Louis Ginzberg, The Legends of the Jews (Philadelphia: Jewish Publication Society of America, 1948), 5:299 n. 201.

[19] The passage cites part of Zechariah 12:10, which reads, “And I will pour upon the house of David, and upon the inhabitants of Jerusalem, the spirit of grace and of supplications: and they shall look upon me whom they have pierced, and they shall mourn for him, as one mourneth for his only son, and shall be in bitterness for him, as one that is in bitterness for his firstborn.” Latter-day Saints and other Christians would see this as a prophecy of Jesus Christ, though there is some dispute about the meaning of the Hebrew text. We also believe that Zechariah 14:4 refers to the Savior. The talmudic passage correctly declares that the words of Psalms 2:7 (“Thou art my Son; this day have I begotten thee”) are addressed by God to the Messiah son of David.

[20] The King James version of the Bible calls them “carpenters.”

[21] Midrash Rabbah Song of Songs 2:33 lists the four as “Elijah, the Messiah, Melchizedek, and the War Messiah.” H. Freedman and Maurice Simon, eds., Midrash Rabbah Song of Songs vol., 125.

[22] For a discussion of the two messiahs in the Dead Sea Scrolls, see Solomon Zeitlin, “The Essenes and Messianic Expectations,” Jewish Quarterly Review 45 (1954): 107; John J. Collins, The Scepter and the Star: The Messiahs of the dead Sea Scrolls and Other Ancient Literature" (New York: Doubleday, 1995). See also “The Messiah, the Book of Mormon, and the Dead Sea Scrolls,” chapter 46 in John A. Tvedtnes, The Most Correct Book: Insights from a Book of Mormon Scholar (Bountiful, UT: Cornerstone/Horizon, 1999).

[23] Matthew 11:12-14; 17:10-13; Mark 9:11-13; Luke 1:13-17; D&C 27:6-8; 84:26-28.

[24] The Dead Sea scrolls are noted for describing a Messiah of David and a Messiah of Levi or Aaron, but not a Messiah of Joseph. Though fragments of the various Testaments of the Twelve Patriarchs were found among these scrolls, none of those fragments cover the specific passages cited here.

[25] James H. Charlesworth, The Old Testament Pseudepigrapha (Garden City: Doubleday, 1983), 1:824.

[26] Ibid., 1:826.

[27] Brigham Young said, “When Martin was with Joseph Smith, he was continually trying to make the people believe that he (Joseph) was the Shepherd, the Stone of Israel.  I have heard Joseph chastise him severely for it, and he told me that such a course, if persisted in, would destroy the kingdom of God.  Who else ever said that Joseph Smith was anything but an unlearned son of a backwoodsman; who had all his lifetime, ever since he would handle an ax, helped his father to support his little family by cutting wood? Thus the Lord found him, and called him to be a Prophet, and made him a successful instrument in laying the foundation of His kingdom for the last time.  This people never professed that Joseph Smith was anything more than a Prophet given to them of the Lord; and to whom the Lord gave the keys of this last dispensation, which were not to be taken from him in time, neither will they be in eternity” (Journal of Discourses 2:127).

[28] Martin McNamara, Targum Neofiti 1: Exodus and Michael Maher, Targum Pseudo-Jonathan: Exodus (The Aramaic Bible, vol. 2, Collegeville, MN: The Liturgical Press, 1994), 283.  However, in Targum Neofiti on Numbers 11:26, we read that Gog and Magog are to fall “at the hand of King Messiah,” who is of the tribe of Judah; ibid.  Martin McNamara, Targum Neofiti 1:Exodus and Michael Maher, Targum Pseudo-Jonathan: Exodus (The Aramaic Bible, vol. 2, Collegeville, MN: The Liturgical Press, 1994), 74.  In Targum Pseudo-Jonathan on Numbers 24:17, it is “the strong King from the house of Jacob from those of the house of Jacob shall rule and the Messiah and the strong rod [Isaiah 11:1] from Israel shall be anointed, he will kill the leaders of the Moabites and make nothing of all the children of Seth [Numbers 24:17], the armies of Gog, who in the future will make war against Israel [Ezekiel 38-39; Revelation 20:8-9]” (261).

[29] James H. Charlesworth, The Old Testament Pseudepigrapha (Garden City: Doubleday, 1983), 1:298.

[30] Charles C. Torrey, “The Messiah Son of Ephraim,” JBL 66 (1947): 267-8.

[31] Harry Sperling et al., The Zohar (New York: The Rebecca Bennet Publications, 1958), 5:276.

[32] Rabbi Aryeh Kaplan, transl. of Rabbi Yaakov Culi, The Torah Anthology (MeAm Lo’ez) (New York/Jerusalem: Maznaim, 1984), 537 and note 5.

[33] Many scholars believe that the term rendered “bough” for Joseph in Genesis 49:22 refers to a wild ass. Actually, the word is the normal Hebrew term for “son,” just as the word rendered “branches” in the same verse really means “daughters.”

[34] For Daniel’s prophecy of the fall of Babylon, see Daniel 5 and John A. Tvedtnes, “Nebuchadnezzar or Nabonidus? Mistaken Identities in the Book of Daniel,” The Ensign, September 1986.

[35] For the story of Mordecai, see the Old Testament book of Esther. The Medes and Persians united under the kingship of Cyrus the Great, whose father was king of Persia and whose maternal grandfather was king of Media.

[36] H. Freedman and Maurice Simon, eds., Midrash Rabbah Numbers vol., 558.

[37] For the Samaritan belief, see William E. Barton, “The Samaritan Messiah,” The Open Court 21/9/616 (September 1907), 528-538; Jacob, Son of Aaron, High Priest of the Samaritans, “The Messianic Hope of the Samaritans,” The Open Court 21/4/611, 272-296; James Alan Montgomery, The Samaritans: The Earliest Jewish Sect (New York: Ktav, 1968 [orig. 1907]), 239-251; Alan D. Crown, The Samaritans (Tübingen: J. C. B. Mohr, 1989), 272-276; John Bowman, Samaritan Documents Relating to Their History, Religion and Life (Pittsburgh: Pickwick, 1977), especially “Phineas on the Taheb,” 267-281; John Bowman, “Early Samaritan Eschatology,” The Journal of Jewish Studies 6/2 (1955): 63-72; Isidore Singer, Managing Ed., The Jewish Encyclopedia (New York: Funk & Wagnalls, 1905), 10:674. I am indebted to Matt Roper for bringing most of these to my attention.

[38] G. R. S. Mead, The Gnostic John the Baptizer: Selections from the Mandaean John-Book (London: John M. Watkins, 1924).

[39] A. E. Cowley, Expositor, 5th series 1 (1895): 163, cited in Matthew Black, the Scrolls and Christian Origins: Studies in the Jewish Background of the New Testament (New York: Charles Scribner’s Sons, 1961), 159. The antiquity of the belief is evidenced by the fact that a pretender Taheb appeared on the scene in the days of Jesus. Josephus wrote of a Samaritan who claimed that he would reveal to his people the location of the sacred vessels hidden by Moses atop mount Gerizim. His plans were upset when Pontius Pilate sent troops to break up the crowd (Antiquities of the Jews 18.4.1).