Sábado (o Sabbath) ou Domingo (O Dia do Senhor)?

         Apesar de várias escrituras no Novo Testamento apontarem para uma mudança do Sabbath do 7o dia para o Domingo (1o dia) como o dia para adoração e congregação dos primeiros Cristãos em memória da Ressurreição de Cristo,  os sabatistas alegam que nenhuma das inferências são conclusivas. Veja abaixo:

Oséias 2:11 > O Senhor fará cessar os sábados judaicos

Lucas 6: 1-11> Jesus é o Senhor do Sábado

João 20:1 > Jesus ressuscita no primeiro dia da Semana

João 20:19 > Jesus aparece aos discípulos reunidos no primeiro dia da Semana

João 20:26 > Os discípulos mais uma vez reunidos no Domingo, desta vez com Tomé

Atos 2:1 > Todos os Santos Cristãos de Jerusalém unidos em um único lugar no dia de Pentecostes, o qual cai sempre num Domingo

Atos 20:7 > Os discípulos se reuniam no primeiro dia da semana para partilhar do pão. Paulo lhes prega durante todo o Domingo

Atos 20:16 > Paulo apressa-se para passar o dia de Pentecostes em Jerusalém

I Coríntios 16:1-2 > Coleta dos primeiros Santos feitas no primeiro dia da semana. É lógico pensar que seria muito mais fácil coletar as ofertas quando todos os Santos estivessem reunidos ao invés de supor que se reunissem no Sábado e depois, após voltarem para suas casas no Domingo, fosse feita a coleta de casa em casa.

        Outras duas escrituras são interessantes, mas primeiro gostaria de tentar explicar o contexto de tais escrituras. A primeira é de Colossenses 2:16,17

“Ninguém, pois vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das cousas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.”

        Esta escritura se relaciona com a escritura de Oséias acima. A antiga Lei cessa com a Ressurreição de Cristo e um novo Convênio é estabelecido (Lucas 22:20; Mateus 26:28 e Marcos 14:24). As antigas obrigações da Lei Judaica, seu código alimentar e a observância de feriados e sábados são mudados com o Novo Convênio. É claro que muitos dos primeiros Cristãos, convertidos a partir do judaísmo ainda sentiam a força das tradições milenares e relutavam em abandonar de vez  a antiga Lei. Estes judaizantes mais tarde na História são conhecidos como Ebionitas, acreditavam que Cristo fosse o Messias mas queriam continuar com as antigas obrigações da Lei, tais como Circuncisão, Observância do Sábado, Não comer animais imundos pela Lei de Moisés, etc. Estes Ebionitas comprariam uma briga feia com o Apóstolo Paulo, a qual o consideravam como apóstolo caído e destruidor da Lei, rejeitavam suas epístolas e aceitavam somente o Evangelho Segundo os Hebreus (não confundir com a epístola aos Hebreus!) como canônico. (Eusébio: História Eclesiástica, Capítulo XXVII).

           

        A outra escritura encontra-se em Apocalipse 1:10

“Achei-me em Espírito, no Dia do Senhor, e ouvi por detrás de mim grande voz, como de trombeta”.

        Essa escritura se relaciona com a escritura de Lucas 6:1-11, em que Jesus sendo Senhor do Sábado, passa a ser lembrando pelos primeiros Cristãos no Domingo, ou no dia da sua vitória sobre a Morte e no Início do Novo Convênio. O primeiro dia da Semana passa a ser chamado pelos primeiros Cristãos como Dies Domimi, ou “Dia do Senhor”, conforme se acha registrado no Apocalipse e em vários documentos contemporâneos do 1o e 2o século, os quais procurei relacionar mais abaixo:

    O apóstolo LeGrand Richards em seu Livro uma obra Maravilhosa e um Assombro (p.248)  lembra que a Bíblia Grega original chama o Domingo (primeiro dia da Semana) de Sabbath oito vezes no Novo Testamento (Mateus 28:1; Marcos 16:2 e 16:9; Lucas 24:1; João 20:1 e 20:19; Atos 20:7 e I Coríntios 16:2), o que seria de estranhar caso os antigos cristãos não considerassem tal dia um dia santificado (=sabbath).

        Gostaria de concentrar nossa interpretação do grego em três escrituras:

Mateus 28:1

"No findar do Sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro."

 

        Uma das primeiras regras de gramática é que quando se traduz uma palavra ela precisa ser traduzida, não interpretada. Se uma palavra a ser traduzida é plural, então a palavra deve estar também no plural. Nunca se deve traduzir uma palavra singular por uma plural. Este é precisamente o caso em todas Bíblias. Temos tradutores que interpretaram certas palavras (como estas que gostaria de mostrar) pois não podiam compreender por que Deus usaria estas palavras como usou. Desta forma, em essência, interpretam de acordo como eles acreditavam que Deus "deveria" ter usado tal palavra. Isto tem causado sérios erros de interpretação ao longo das eras da história registrada da igreja. 

        Vamos dar uma olhada no nosso versículo em questão. A frase, "No findar do sábado," está incorreta. A palavra grega por trás de "do sábado" é uma palavra plural, é <sabbatwn>, um genuíno genitivo plural. O <wn> de sua terminação é uma pista sobre seu plural. Em grego, o plural o singular de uma palavra é determinado pela sua terminação. A terminação neste caso é <Ômega nu>, o que forma o plural e deveríamos traduzir a frase, "No final dos sábados (Sabbaths)," denotando uma pluralidade.

        Vamos dar uma olhada cuidadosa na próxima frase, "ao entrar o primeiro dia da semana". Antes de tudo, você deve notar, na versão inglesa do rei Tiago, palavras escritas em itálicos não estavam na linguagem original e foram colocadas no texto a fim de tentar clarificar o significado. Neste caso acabou mais complicando que clarificando. Podemos chegar até a segunda metade daquela frase, "o primeiro da semana" sem nenhum dano à escritura original. Mas não podemos parar aí porque é nesta frase que acharemos a resposta à nossa busca. 

        A frase "primeiro da semana" consiste de duas palavras Gregas, "mian sabbatwn" a qual é a mesma palavra da primeira parte do versículo. Como pode ver, a palavra foi traduzida junto com uma palavra singular portuguesa “semana”, o que é uma tradução errônea. O termo <mian sabbatwn> deveria ser traduzido “primeiro dos sabbaths”. A palavra [mian] pode ser tanto traduzida como “primeiro ou um.” A palavra denota o número da unidade que tanto pode estar na forma cardinal ou ordinal.

        Agora vamos traduzir este versículo de acordo com o que acabamos de descobrir:

 

 “No fim dos sabbaths, ao entrar a aurora do primeiro dos sabbaths, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.”

 

        É também importante notar que as duas palavras gregas que são traduzidas primeiramente ao longo desde conjunto de versículos tem uma raiz que significa, “um, sozinho, um e o mesmo, apenas um.” Estas são as palavras <mian> e <mias> que ligam a raiz da palavra grega <eis>. É interessante notar que Deus usa linguagem específica a fim de reforçar o ensinamento de que não há dois Sabbaths mas apenas um, e que um deles é um Domingo. Compreende a diferença agora no versículo? Continuarei com os outros dois versículos e comentarei no tremendo impacto de que uma verdadeira tradução destes versículos terá na nossa compreensão do Domingo.

 

Marcos 16:2

"E muito cedo, no primeiro dia da semana, ao despontar o sol, foram ao túmulo."

 

        Dever-se-ia ler: 

"E muito cedo  no primeiro dos sabbaths [mias sabbatwn], ao despontar o sol, foram ao túmulo."

 

        A mesma situação conforme Mateus 28:1. Uma palavra plural foi traduzida como singular. [Mias] como  [mian] é traduzida tanto como primeiro ou um. Podemos traduzir tanto como um dos sabbaths como primeiro dos sabbaths sem causar qualquer dano à palavra de Deus. A única coisa que causamos dano é sobre a crença tradicional baseada em erro.

 

Marcos 16:9

"Havendo Jesus ressuscitado de manhã cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual expelira sete demônios." 

"Havendo Jesus ressuscitado cedo no primeiro [prwth] do sabbath [sabbatov], apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual expelira sete demônios."

 

        As duas palavras Gregas que aparecem neste versículo são diferentes daquelas dos outros versículos, ainda assim carregam o mesmo significado. A palavra "prwth" é derivada da raiz da palavra <prwtos> que é uma palavra ordinal que também pode ser traduzida como, “proeminente, líder, mais importante, chefe, e principal” . "Prwte" [prwth] é traduzido como “primeiro” nos seguintes versículos: Mateus 26:17; Marcos 14:12; 2 Timóteo 4:16; Hebreus 9:15; Apocalipse 20:6. A segunda palavra gregra é <sabbatou> que pode ser traduzido como “do sabbath”. Esta palavra é singular e não plural. <Sabbatov> é um genitivo singular. Deus pode estar nos dizendo neste versículo de que o principal acontecimento no novo sabbath é a ressurreição de Seu Filho e de que isto é para ser o foco principal daquele dia.

        A menos que você creia que a ressurreição ocorreu no sábado (difícil, devido aos três dias a se cumprir da profecia...), a bíblia original grega chama o dia da ressurreição de sabbath, mesmo no genitivo plural, seria lido como “primeiro dos sabbaths”.

 

        O trabalho completo de onde tirei tais conclusões pode ser visto na Web, pelo Dr. Ken Matto.

 

http://www.scionofzion.com/sabbath.htm     

         Se simplesmente olhássemos tais escrituras hoje na Bíblia, não teríamos muito a idéia do que estava se passando entre aqueles primeiros Cristãos. Por isso lanço mão agora de algumas outras fontes históricas a fim de apoiar a hipótese de que os primeiros Cristãos realmente passaram adorar  o Domingo em memória da ressurreição do Senhor neste dia, e isto não é uma mera heresia introduzida posteriormente pela Igreja apóstata de Roma ou por Constantino com querem entender os Sabatistas.

* Nota: todas as escrituras que os sabatistas usam para mostrar Paulo ou qualquer outro apóstolo pregando aos sábados, mostram sempre estes pregando para Judeus ou grupo de Judeus, os quais ainda guardavam a antiga Lei e reuniam-se aos sábados em suas sinagogas. Ex.: 

Atos 13:5, 14, 42, 44; 14:1

Atos 16:13 ,16 (Este lugar de oração em Filipo provavelmente referem-se a um culto ao ar livre devido a falta de quórum masculino nesta cidade. Eram necessários 10 homens judeus para se organizar uma sinagoga!)

Atos 17:1,2 ; 18:4; 19:8  

Em que dia os antigos Cristãos adoravam?

·         74 AD A Epístola de Barnabé “Guardamos o oitavo dia (Domingo) com júbilo, no dia em Jesus se levantou novamente dentre os mortos” (Epístola de Barnabé 15:6-8).

·         90 AD A Didaché “Mas a cada DIA do SENHOR…ajuntai-vos e partilhai do pão, e fazei vossas ações de graça após ter confessado vossas transgressões, para que o vosso sacrifício possa puro. Todavia não deixai ninguém que está em divergência com seu amigo agregar-se a vós, até que eles estejam reconciliados, para que o vosso sacrifício não possa ser profanado” (Didaché 14:1, Padres Ante-Niceianos Vol. 7, pg. 381)

·         90AD Didaché: ... a cada DIA do SENHOR, realizai vossas assembléias solenes, e rejubilai: pois será culpado de pecado aquele que jejuar no DIA do SENHOR, sendo ESTE O DIA DA RESSURREIÇÃO...(Constituição do Santos Apóstolos, Padres Ante-nicéianos Vol. 7, pg. 449)

·         90AD Didaché: E no dia da ressurreição de nosso Senhor, o qual é chamado o Dia do Senhor, reuni-vos mais diligentemente, enviando louvores a Deus que criou o universo por intermédio de Jesus, e o enviou a nós, e condescendeu em deixá-lo sofrer, e o levantou dentre os mortos. Doutra maneira que desculpas daria alguém a Deus para não se congregar nesse dia a fim de ouvir a palavra de salvação concernente à ressurreição...?(Constituição do Santos Apóstolos, Padres Ante-Nicéianos Vol. 7, pg. 423)

·         90AD Didaché: E no dia da ressurreição do Senhor, que é, o Dia do Senhor, reuni-vos todos juntos, sem falta, dai graças a Deus, e o adorai por aquelas misericórdias que Deus nos tem derramado através de Cristo, e vos tem livrado da ignorância, erro e cativeiro, para que vosso sacrifício possa ser sem mácula e aceitável a Deus, o qual dissera concernente a Sua Igreja Universal: “Em todo lugar seja incenso e um puro sacrifício ofertado a mim, pois sou um grande Rei, diz o Senhor Todo-Poderoso, e meu nome é maravilha entre os pagãos.” [Malaquias 1:11,14]  Constituição do Santos Apóstolos, Padres Ante-nicéianos Vol. 7, pg. (471)

·         107 AD Ignácio: Não vos enganeis com doutrinas estranhas, nem com velhas fábulas, as quais não trazem nenhum proveito. Pois se nós vivêssemos ainda de acordo com a lei Judaica, nós reconheceríamos que não teríamos recebido a graça...Se, portanto, aqueles que foram trazidos da antiga ordem das coisas vieram à possessão de uma nova esperança, não mais observando o Sabbath (Sábado judaico), mas vivendo na observância do Dia do Senhor, na qual também  nossa vida brotou novamente por Ele e por intermédio de Sua morte (Que alguns negam), por tal mistério nós recebemos fé, e contanto que soframos a fim de que nós possamos ser achados discípulos de Jesus Cristo, nosso único Mestre, como seríamos capazes de viver apartados dele por quem até mesmo os profetas estão procurando como seu Mestre uma vez que estes são seus discípulos no espírito? ...Que todo amigo de Cristo guarde o Dia do Senhor como um festival, um dia de ressurreição, a coroa e chefe de todos os dias da semana. É um absurdo falar de Jesus Cristo com a língua , e fomentar na mente um Judaísmo que tem agora chegado a um fim, pois onde houver Cristianismo não pode haver Judaísmo...Estas coisas eu envio a vós, meus amados, não que eu saiba que algum de vós esteja em tal estado; mas desejo de antemão vos resguardar, antes que qualquer dentre vós caia nos anzóis de vãs doutrinas, mas para que possais melhor apegai-vos a uma completa certeza em Cristo...(Inácio, Epístola aos Magnesianos, capítulo 9. Padres Ante-Niceianos, Vol. 1, pg.62-63)   

·         110AD Plínio: eles tinham o hábito de se reunirem num determinado dia fixo antes que clareasse, quando cantavam hinos diversos a Cristo, como para um Deus, se uniam em um solene juramento de não praticar quaisquer atos iníquos, nunca cometerem qualquer tipo de fraude, roubo ou adultério, nunca em prestar um falso testemunho nem em negar uma responsabilidade quando fossem eles chamados para tal; após o que era costume deles se separarem e então se reunirem novamente para participar de uma boa refeição – mas comida de tipo frugal e inocente. (Cerca de três anos após a morte de Ignácio em 107 AD, uma importante comunicação oficial foi enviada de um Plínio para o Imperador Trajano em Roma. Plínio, o governador Romano da Bitínia, escreveu dos Cristãos que haviam ali se congregado provavelmente pelo menos desde  62 AD em diante). 

Nesta remarcável declaração é explicitamente afirmado que estes primitivos Cristãos observavam o corpo principal dos 10 mandamentos, e é implícito de que eles observavam todos os dez tanto quanto fossem possível para assim o fazer. Tanto quanto fossem capazes, pois como a maioria dos cristãos primitivos vinha das classes mais pobres ou dos trabalhadores escravos, e esses que possuíam mestres e empregadores pagãos (a vasta maioria), eram forçados a trabalhar no dia de descanso, o qual era desafortunadamente um dia oficial de trabalho por todo Império até o Édito de Constantino sobre o “Sabbath” em 321 A.D. que  lhes deu alguma medida de proteção pública. Uma vez que lemos que após se congregarem “num determinado dia fixo antes de clarear”, os Cristãos da Bitínia no primeiro século tinham que “se separar” (muitos deles tinham de trabalhar para seus mestres e empregadores da aurora ao crepúsculo) e então “se reunirem novamente para partilhar do pão”. O “num certo dia fixo” [stato die] em que os Cristãos se  reuniam, e visto pelos Sabatistas como sendo o sábado.

Certamente a expressão parece indicar um certo dia de reunião, provavelmente cada semana. Mas Domingo é muito mais provável de ter sido este “determinado dia fixo” do que o Sábado. Pois se Plínio tivesse se referido ao antigo Sábado Sabbath, como um romano ele iria sem dúvida referir-se à “última” reunião primeiro e apenas então à reunião da manhã  no dia após o “determinado dia fixo”, uma vez que o antigo Sábado Sabático era demarcado do crepúsculo de um dia até o crepúsculo do dia seguinte. Mas Plínio não faz tal referência. Ao invés disso, ele menciona que a reunião antes da aurora acontecia em primeiro lugar – e apenas depois de tudo a reunião posterior; e que ambas as reuniões tomavam lugar no mesmo “determinado dia fixo”. Isto aponta melhor para a Romana (e, mais importante! Do Novo Testamento) demarcação de meia-noite a meia-noite dos modernos guardadores do Domingo do que para a demarcação crepúsculo a crepúsculo dos Judeus e dos Sabatistas. (A Partir do Sabbath do Convênio, Francis Nigel Lee, Pág. 242)

·         130AD Barnabé: Além do mais Deus disse aos Judeus, “Vossas luas novas e Sabbaths eu não posso mais tolerar” Vejam vocês como Ele diz, “Os atuais Sabbaths não são a mim aceitáveis, mas o Sabbath que eu fiz em que, quando tenho descansado de todas as coisas, eu o farei ao início do oitavo dia o qual é o começo de um outro mundo.” Desta forma, nós Cristãos guardamos o oitavo dia por júbilo, no qual também Jesus se levantou dos mortos e quando apareceu ascendeu ao céus. (15:8f, A Epístola de Barnabé, 100 AD, Padres Ante-Niceianos , vol. 1, pg. 147)

·         150 AD Epístola dos Apóstolos – Eu [Cristo] voltei à vida no oitavo dia que é o dia do Senhor

·         150 AD Justino:…aqueles que tem perseguido e verdadeiramente  perseguem a Cristo, se eles não se arrependerem, não deverão herdar nada no monte santo. Mas os Gentios, os quais têm acreditado Nele, e têm-se arrependido dos pecados que cometeram, receberão a herança junto com os patriarcas,  profetas e dos homens justos descendentes de Jacó, mesmo que esses não guardem o Sabbath, nem são  circuncidados, nem observem as festas. Com toda certeza eles receberão a santa herança de Deus. (Diálogo com Trifo, o Judeu, 150-165 AD, Padres Ante-Niceianos , vol. 1, pg. 207)

 

·         150 AD Justino: Mas se não admitis isto, estaremos solícitos a cair em tolas opiniões, como se não fosse o mesmo Deus que existisse nos tempos de Enoque e  de todo o resto, os quais não eram circuncidados segundo a carne, nem observavam Sabbaths, ou festas e sacrifícios antes do tempo de Moisés; não mais necessidade existe delas agora, após o que, de acordo com o desejo de Deus, Jesus Cristo o Filho de Deus nasceu sem pecado, de uma virgem brotou do rebanho de Abrão  . (Diálogo com Trifo, o Judeu, 150-165 AD, Padres Ante-Niceianos , vol. 1, pg. 206)

·         150AD JUSTIN: Mas Domingo é o dia em que mantemos nossa assembléia comum, pois é o primeiro dia da semana e Jesus nosso Salvador no mesmo dia levantou dentre os mortos (Primeira apologia de Justino, Cap. 68)

·         150 AD Justino: Além do mais, todos aqueles homens justos já mencionados [após mencionar Adão, Abel, Enoque, Ló, Noé, Melquisedeque e Abraão], embora não guardassem nenhum Sabbaths, eram agradáveis aa Deus; e após eles Abraão com toda a sua descendência até Moisés...E vós fostes ordenados a guardar os Sabbaths, para que possais reter Deus em vossas memórias. Pois suas palavras anunciaram que, “Para que vós possais saber que EU sou o Deus quem vos redimiu”. (Diálogo com Trifo, o Judeu, 150-165 AD, Padres Ante-Niceianos , vol. 1, pg. 204)

·         150 AD Justino: O mandamento da circuncisão, requeria deles sempre circuncidar seus filhos no oitavo dia, era um arquétipo da verdadeira circuncisão pela qual somos circuncidados do erro e do mal através da ressurreição dos mortos, no primeiro dia da semana, por Jesus Cristo nosso Senhor. Pois o primeiro dia da semana, embora seja o primeiro de todos os dias, ainda assim de acordo com o número de dias em um círculo é chamado o oitavo (embora ainda permanecendo o primeiro). (Diálogo 41:4)

·         150 AD Justino: Não há nenhuma outra coisa pela qual vós nos culpais, meus amigos, há algo além disto? Que nós não vivemos de acordo com a Lei, nem que somos circuncidados na carne como vossos antepassados, nem observamos o Sabbath como vós o observai. (Diálogo com Trifo, o Judeu, 10:1, Na terceira colocação o Judeu Trifo reconhece que os Cristãos ‘não guardam o Sabbath da maneira judaica’)

·         150 AD Justino: Estamos sempre juntos um com o outro. E por todas as coisas com as quais somos supridos nós abençoamos o Criador de tudo através de seu Filho Jesus Cristo e de seu Santo Espírito.  E no dia chamado Domingo há um agrupamento de irmãos no mesmo lugar de todos os que vivem na cidade ou em um distrito rural. (Segue um relato de um serviço de adoração Cristã, que é citado em VII.2.) Todos fazemos nossa assembléia no dia do Sol (“Sunday”, antigo nome Romano para o Domingo), uma vez que este é o primeiro dia, no qual Deus transformou as trevas e a matéria e criou o mundo, e Jesus Cristo nosso Salvador levantou-se dos mortos  no mesmo dia. Pois o crucificaram no dia anterior ao dia de Saturno (“Saturday”, antigo nome Romano para o Sábado), e no dia seguinte (Que é o dia do Sol), ele apareceu aos seus apóstolos e ensinou aos seus discípulos estas coisas. (Apologia, 1, 67:1-3, 7; Primeira Apologia, 145 AD, Padres Ante-Niceianos , Vol. 1, pg. 186) 

·         155 AD Justino Mártir: “Nós observaríamos a circuncisão da carne, e os sábados, e sumariamente todas as festas, se não soubéssemos por que razão elas foram a vós impostas – ou seja, em razão da transgressão e dureza de vosso coração...Como pode ser isto, Trifo, que não observaríamos aqueles rituais que não nos afetam – Falo da circuncisão carnal, sábados e festas?...Deus designou a vós a guardar o Sábado, e impôs a vós outros preceitos por sinal, como já disse, por conta de vossa injustiça e daquela de vossos pais” (Diálogo com Trifo, o Judeu, 18, 21)

·         180 AD Atos de Pedro – Paulo freqüentemente contendia com os mestres Judeus e os enfrentava, dizendo ‘é Cristo em quem vossos pais impuseram as mãos. Ele aboliu vossos Sábados, festas, festivais e a circuncisão’. (1: I)-2

·         180 AD O Evangelho de Pedro: Cedo de manhã quando o Sábado terminava, uma multidão de Jerusalém e das circunvizinhanças vieram para ver o lacrado sepulcro. Na madrugada em que o “Dia do Senhor” raiou, enquanto soldados em pares para cada vigílias estavam mantendo guarda, uma grande voz veio do céu. [Segue um relato da ressurreição. Cedo na manhã do Dia do Senhor, Maria Madalena, uma discípula do Senhor...veio ao sepulcro.] (9:34f.; 2:50f.)

·         190 AD Clemente de Alexandria: (ao comentar cada um dos Dez Mandamentos e seu significado Cristão): O sétimo dia é proclamado um dia de descanso, preparando-se para abstenção do mal para o Dia Primeiro, nosso verdadeiro descanso. (Ibid. VII. xvi. 138.1)

·         190 AD Clemente de Alexandria: Ele cumpre os mandamentos de acordo com o Evangelho e guarda o “Dia do Senhor”,  quase sempre ele lança fora maus pensamentos...glorificando a ressurreição do Senhor nele mesmo. (Ibid. Vii.xii.76.4)

·         190AD CLEMENT OF ALEXANDRIA: Platão profeticamente fala do Dia do Senhor no décimo livro da República, nestas palavras: “E quando sete dias haviam se passado para cada um deles na campina, no oitavo eles precisavam ir adiante” (Miscelâneas, V.xiv.106.2)

·         200 AD BARDESANES: Onde quer que estejamos, somos todos chamados segundo o nome dos Cristãos de Cristo. Em um dia, o primeiro da semana, nós nos reunimos em assembléia.

·         200 AD Tertuliano: “Nós solenizamos o dia posterior ao Sábado em distinção àqueles que chamam a esse dia seu Sabbath” (Apologia de Tertuliano, Cap. 16)

·         200 AD Tertuliano: Segue de acordo que, da mesma maneira que as abolições da circuncisão carnais e da antiga lei são demonstradas como tendo sido consumadas aos seus específicos tempos, assim também a observância do Sabbath é demonstrada ter sido temporária. (Uma Resposta aos Judeus 4:1, Padres Ante-Nicéianos Vol. 3, pág. 155).

·         2000 AD Tertuliano: Deixe aquele que contende ao afirmar que o Sabbath é ainda para ser observado como um bálsamo de salvação, e circuncisão ao oitavo dia por causa do medo da morte, nos ensinar que nos tempos antigos homens guardavam o Sabbath e praticavam a circuncisão, e desta maneira eram feitos amigos de Deus....Portanto, uma vez que Deus originou Adão incircunciso e não observante do Sabbath, conseqüentemente também sua prole. Abel ofereceu sacrifícios a Ele incircunciso e não observante do Sabbath, foi por Ele comissionado...Noé também, incircunciso – sim, e não observante do Sabbath – Deus o livrou do dilúvio. Pois Enoque também, o mais justo homem, incircunciso e não observante do Sabbath, Ele o transladou deste mundo...Melquisedeque também, “o sacerdote do deus altíssimo,” incircunciso e não observante do Sabbath, foi escolhido ao sacerdócio de Deus. (Uma Resposta aos Judeus 2:10; 4:1, Padres Ante-Nicéianos Vol. 3, pág. 153).

·         200 AD Tertuliano: Outros…supõem que o sol é o deus dos Cristãos, pois é bem sabido que observamos o Domingo (= Sunday = Dia do Sol, em latim) como um dia de júbilo. (Às nações 1:133)

·         200 AD Tertuliano: Para nós Sábados é algo estranho (Sobre Idolatria, 14:6)

·         220 AD Orígines: “No Domingo nenhuma das ações do mundo deveriam ser feitas. Quando então, abstenhai-vos de todas as obras deste mundo e mantende-vos livres para as coisas espirituais, ide à Igreja, escutai as leituras e as divinas homilias (antigos discursos), meditai nas coisas celestiais. (Homilías 23 in Número 4, PG 12:749)”.

·         220 AD Orígines “Uma vez que não é possível que o dia de descanso após o sabbath deveria vir a existir a partir do sétimo dia de nosso Deus. Pelo contrário, é nosso Salvador quem, após o padrão de seu próprio descanso, nos proporcionou a sermos feitos a similitude de sua morte, e daí também de sua ressurreição” (Comentários em João 2:28).

·         225 AD A Didascália “Os apóstolos mais tarde apontaram: No primeiro dia da semana que haja o serviço religioso, e a leitura das Santas Escrituras, e a oblação, pois no primeiro dia da semana nosso Senhor levantou-se da morada dos mortos, e no primeiro dia da semana ele se levantou para o mundo, e no primeiro dia da semana ele ascendeu aos céus, e no primeiro dia da semana ele aparecerá por último com os anjos do céu” (Didascália 2). 

·         250 AD Cipriano; “No oitavo dia, o qual é, o primeiro dia após o Sabbath e o “Dia do Senhor”. (Epístolas 58, Séc. 4)

·         300 AD Vitorino “O sexto dia (Sexta-feira) é chamada parasceve, que quer dizer, a preparação para o reino... . Neste dia também, sobre o relato da paixão do Senhor Jesus Cristo, fazemos tanto uma pausa para Deus ou um jejum. No sétimo dia ele descansava de suas obras, o abençoava e o santificava. No dia anterior nós estamos acostumados a jejuar rigorosamente, para que no Dia do Senhor possamos ir para o nosso sacramento com ação de graças. E deixe o parasceve tornar-se um rigoroso dia de jejum, pelo menos nós devemos parecer que guardamos o sabbath como os judeus... cujo sabbath ele (Cristo) em seu corpo o aboliu” (A Criação do Mundo).

·         300 AD Eusébio: “Eles não observam, portanto, no que concerne a circuncisão, nem o Sabbath como nós; ...pois tais coisas como estas não pertencem aos Cristãos”

·         300 AD Eusébio: [Os Ebionitas] estavam acostumados a observar o Sabbath e outros costumes dos judeus, exatamente como eles, mas por outro lado, também celebravam o dia do Senhor como nós, para comemorar a sua ressurreição.

·         300 AD Eusébio de Cesaréia “Eles [os primeiros santos do Velho Testamento] não se importavam com a circuncisão do corpo, nem nós [Cristãos]. Eles não se importavam sobre a observação dos sábados, nem nós. Eles não evitavam certos tipos de comida, nem se preocupavam eles as outras distinções que Moisés primeiramente a sua posteridade para ser observada como símbolos, nem os Cristãos dos dias atuais fazem tais coisas” (História da Igreja 1:4:8).

·         300 AD Eusébio de Cesaréia “O dia de sua (a de Cristo) luz…foi o dia de sua ressurreição dos mortos, no qual dizem eles, como sendo o Dia do Senhor e o único verdadeiro dia Santo, é superior a qualquer outro grupo de dias conforme nos ordinariamente assim o compreendemos, e superior aos dias separados pela Lei Mosaica para as festas, luas novas e sábados, os quais o Apóstolo [Paulo] nos ensina serem as sombras dos dias e não dias na realidade” (Prova do Evangelho 4:16:186).

·         345 AD Atanásio: “O sabbath foi o término da primeira criação, o dia do Senhor foi o começo da segunda, no qual ele renovou e restaurou o antigo da mesma maneira como Ele prescreveu que deveriam formalmente observar o sabbath como um memorial do término das primeiras coisas, desta forma honramos o ‘Dia do Senhor’ como sendo o memorial da nova criação” (Sobre o Sabbath e a Circuncisão 3).

·         350 AD Cirilo de Jerusalém: “Não vos apostatais para dentro da seita dos Samaritanos nem para dentro do Judaísmo, pois Jesus Cristo tem desde já vos resgatado. Mantendo-vos indiferentes de toda observância dos sábados e de fazer distinção entre carnes comuns ou impuras” (Conferências Catequéticas 4:37)

·         360 AD: Concílio de Laodicéia “Cristãos não devem praticar obras judaizantes e não devem ficar ociosos no sábado, mas deverão trabalhar naquele dia; eles deverão, entretanto, reverenciar particularmente o ‘Dia do Senhor’ e, se possível, não trabalhar nele, uma vez que são Cristãos” (Cânon  29).

·         387 AD João Crisóstomo “Havei vós se revestido em Cristo, havei vos tornado um membro do Senhor e sido envoltos na cidade celestial, e ainda assim estai enxertados na Lei [de Moisés]? Como é isto possível para vós obter o reino? Atentai às palavras de Paulo, que a observância da Lei transpassa o evangelho, e aprendei se vós desejai, como tudo isso se sucedeu, e tremei, e bani esta armadilha. Por que guardai vós o sabbath e jejuai com os Judeus?” (Homilias sobre Gálatas 2:17).

·         387 AD João Crisóstomo “O rito da circuncisão era venerável no registro dos Judeus, uma vez que a Lei por ela mesma dava força para isto, e o sabbath era menos estimado do que a circuncisão. Para que aquela circuncisão pudesse ser realizada, o sabbath poderia ser quebrado; mas para que o sabbath pudesse ser guardado, a circuncisão nunca era deixada de ser observada; isto marca, eu rogo, a dispensação de Deus. Isto  (a circuncisão) é achado ser ainda mais solene do que o sabbath, pois não era omitida em ocasiões mais específicas. Quando pois isto (a circuncisão) se acabou, muito mais deveria ter findado o sabbath” (Homilias sobre Filipenses 10).  

·         400 AD (As Constituições Apostólicas) “E no dia da ressurreição de nosso Senhor, que é o “Dia do Senhor”, reuni-vos mais diligentemente, enviado louvor a Deus que fez o universo por intermédio de Jesus, e no-lo enviou, e condescendeu para deixa-lo sofrer e o levantou dentre os mortos. Doutra maneira que desculpa fará aquele a Deus o qual não se congrega naquele dia...no qual é realizado a leitura dos profetas, a pregação do evangelho, a oblação do sacrifício e o dom da santa ceia”(Constituições Apostólicas 2:7:60).

·         412 AD Agostinho “Bem, agora, eu gostaria de ser dito o que existe nestes Dez Mandamentos, exceto a observância do sabbath, o qual não deve ser guardado por um Cristão... .Quais desses mandamentos diria qualquer um que um Cristão não devesse guardar? É possível contender de que não é a Lei que estava escrita naquelas duas taboas que o apóstolo [Paulo] descreve como a ‘a letra que mata’[2 Cor. 3:6], mas sobre a lei da circuncisão e outros ritos sagrados os quais estão hoje abolidos” (O Espírito e a Letra 24).

·         597 AD Gregório I “Chegou aos meus ouvidos que certos homens de espíritos perversos tem semeado entre vós algumas coisas que são erradas e opostas a santa fé, tais como de proibir qualquer obra a ser realizada no dia de sábado. De que mais posso eu chamar esses [homens] senão pregadores do Anticristo, que quando vier fará com que o sábado assim como o “Dia do Senhor” seja mantido em reverência; e porque compele o povo a judaizar para que ele possa trazer novamente os ritos exteriores da Lei, e sujeitar a perfídia dos Judeus para si, ele deseja que o sábado seja observado. Pois isto é o que foi dito pelo profeta, ‘Não introduzirá cargas pelas portas desta cidade no dia de sábado’ (Jeremias 17:24) pudesse ser mantido tão logo quanto isto fosse lícito à Lei para ser observado de acordo com a letra. Mas após o que a graça do todo-poderoso Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, apareceu, os mandamentos da Lei que foram falados figurativamente não podem ser guardados de  acordo com a letra. Pois se alguém vos disser isto sobre o sabbath é para ser observado, ele precisa dizer que os sacrifícios de carne são para ser oferecidos. Ele precisa dizer que o mandamento sobre a circuncisão do corpo é ainda para ser mantido. Mas deixai-o ouvir o apóstolo Paulo dizendo em oposição a ele: ‘Se vós vos circuncidardes, Cristo não tem para vós ganho algum’ (Gal. 5:2)" (Cartas 13:1).

Autoridades Modernas:

ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA: Domingo, primeiro dia da semana; na Cristandade o Dia do Senhor (Dies Domine), a memória semanal da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. A prática de Cristãos se reunindo em congregações para adoração no Domingo remonta aos tempos apostólicos, mas detalhes do real desenvolvimento de tal costume  não está claro. Antes do fim do 1o Século AD, o autor de Apocalipse deu ao primeiro dia o nome de “Dia do Senhor” (Apocalipse 1:10). São Justino Mártir (c. 100-c. 165), filósofo e defensor da fé Cristã. Em seus escritos descreveu os Cristãos se reunindo em  congregação para adoração no “Dia do Senhor”: Os evangelhos ou o Velho Testamento eram lidos, o ministrador presidente pregava um sermão, e o grupo orava junto e celebrava a Ceia do Senhor. O imperador Constantino (falecido 337), um converso ao Cristianismo, introduziu a primeira legislação civil concernente ao Domingo em  321, quando decretou que todo trabalho deveria cessar no Domingo, exceto aquele trabalho que os fazendeiros achassem essencial. Esta lei, destinada a providenciar tempo para adoração, foi seguida mais tarde no mesmo século e em séculos subseqüentes por restrições posteriores nas atividades do Domingo. (15 a  edição, vol. 11, pg. 392)

ENCICLOPÉDIA AMERICANA: Desde a era apostólica até o presente tem sido costume para os Cristãos se congregarem para sérvios dominicais comuns... Leis civis requerendo a observância do Domingo remontam a pelo menos ao Imperador Constantino, o grande, quem designou o Domingo como um dia legal de descanso e de adoração em 321. Esta lei, entretanto, não era especificamente Cristã, uma vez que o Domingo (Dia do Sol, em latim – ‘solis die’) era o dia do deus-sol para os pagãos assim como o Dia do Senhor para os Cristãos. Enquanto Constantino manobrava para que desta forma agradasse os dois principais grupos religiosos no Império Romano, numerosas leis posteriores regulando o comportamento no Domingo foram predominantemente Cristãs. (Domingo, 1988, pg. 21)

ENCICLOPÉDIA COLLYE: O Novo Testamento contem evidência clara de que  desde um período muito antigo o primeiro dia da semana era observado pelos Cristãos como um dia de assembléia para a “partilha do pão” e talvez para a coleta voluntária de ofertas. (Atos 20:7 and 1 Coríntios XVI:2). Justino Mártir no meio do segundo século descreve como "no dia chamado Domingo" em toda cidade e nos campos, os Cristãos se congregavam para instruções nas sagradas escrituras, para oração e para distribuição do pão e do vinho, e para a coleta de esmolas. Tertuliano declarou que os Cristãos “fizeram do Domingo um dia de júbilo, mas por outras razões daquela de adorar o sol, o que não fazia parte da religião deles”. (Domingo, 1985, pág. 632-633)

HISTÓRIA DA IGREJA CRISTÃ: A celebração do Dia do Senhor em memória da ressurreição de Cristo remonta indubitavelmente a era apostólica. Nada a não ser um precedente apostólico pode explicar a universal observância religiosa [do Dia do Senhor] nas Igrejas do segundo século. Não há nenhuma voz discente. Este costume é confirmado pelo testemunho dos mais antigos escritores pós-apostólicos como, Barnabé, Ignácio e Justino Mártir. (Philip Schaff, vol. 1, pág. 201-202)

HISTÓRIA DA IGREJA CRISTÃ: Desta forma, o primeiro dia era já considerado honorável na era apostólica e designado como o “Dia do Senhor”...parece, portanto, a partir do próprio Novo Testamento que o Domingo era observado como um dia de adoração, e em especial da comemoração da Ressurreição, onde pelo que a obra de redenção foi finalizada. A observância universal e incontroversa do Domingo no segundo século pode apenas ser explicada pelo fato de que teve suas raízes em práticas apostólicas. (Philip Schaff, vol. 1, pág. 478-479)

NOVA ENCICLOPÉDIA SCHAFF-HERZOG: Os primeiros traços da observância do primeiro dia da semana em memória da Ressurreição do Cristo são encontrados no período Paulino da Era Apostólica… Domingo foi primeiramente regularizado pela autoridade civil em 321, sob Constantino, direcionando aquele dia para que fosse louvado e observado apropriadamente. (Domingo, pág. 145)

HISTÓRIA DA CIVILIZAÇÃO: A austeridade do sábado judaico fora no século II transferida para o Domingo Cristão. Nesse dies Domini, ou dia do Senhor, os cristãos se congregavam para o rito semanal. Seus sacerdotes liam as Escrituras, guiavam-nos nas orações e pregavam sermões doutrinais, de exortação moral ou de controvérsia sectária. No começo os membros da congregação, especialmente as mulheres, tinham licensa de “profetizar” – isto é, “falar adiante”- quando em estado de transe ou êxtase, emitindo palavras suscetíveis de interpretação piedosa. Mas como esse “profetizamento” começasse a produzir o caos teológico, a Igreja o refreou e finalmente o suprimiu. O clero tinha de estar sempre impendindo o surto da superstição e a controlá-la. (Will& Ariel Durant, História da Civilização – César e Cristo – Cap. XXVIII, pág. 469)