O Messiah Ben Joseph : Uma comparação com o Profeta dos Últimos Dias.[1]

 

O Antigo Testamento, Documentos Apócrifos Judeus/Cristãos e o Messiah Ben Joseph

 

(Tradução: Evandro Faustino)

 

Desde o Judaísmo antigo ao moderno advém a história da vinda de um profeta que tem penetrado a cultura Judaica à medida que ela se relaciona com a história legendária deste futuro líder designado por Deus. Muitas destas lendas e crenças proporcionam discernimento naquilo que é esperado à medida que relatam eventos em que muitos Judeus aguardam antes da vinda de seu Messiah. Na Enciclopédia Judaica lemos:

 

“De acordo com o Talmude, o Messias será um descendente da casa de Davi e será precedido por um Messias secundário da casa de José. Quando o Rabi chefe, Avraham Hakohen Kook, foi apontado na Palestina na era de 1920, foi lhe perguntado se os Judeus poderiam agora construir o templo (destruído desde o ano 70 AD). Sua resposta foi que os direitos do sacerdócio se foram, e se referiu ao Rabi do Século 12 Moses Maimônides. Maimônides disse, em efeito, “nós estamos aguardando pelo Messiah Ben Joseph, a ele será dado as chaves da coligação de Israel, ele vai restaurar a adoração nos templos” [2]

 

A lenda do Messiah Ben Joseph não para aí. Podemos citar muitos exemplos que indicam numerosos Judeus e outras fontes que acreditam que existirá este famoso precursor do Messiah Ben David. Considere o seguinte:

 

Ambos Judeus e Cristãos usavam um livro sagrado de escritura que não é mais parte de nossa Bíblia nestes últimos dias.  O apócrifo Hebreu Livro de Enoque, também conhecido como Terceiro Enoque, menciona um profeta “dos últimos dias” o qual é para estar envolvido em eventos, inclusive mencionados por Enoque em nosso próprio Livro de Moisés (Moisés 7:67).

 

Nos escritos apócrifos, que são de origem Cristã bem antiga, mas foram muito usados pelos primitivos escribas Judeus; Enoque menciona este futuro profeta pelo nome. Ele o chama de Messiah Ben Joseph, Messiah significa “o ungido” [3] e Ben é definido como “filho de.” Neste livro, uma vez usado como escritura pelos antigos, Enoque vê uma visão do final dos tempos onde ele descreve o seguinte:

 

“Eu vi o Messiah, filho de José, e sua geração e suas obras e seus feitos que eles farão contra as nações do mundo...” [4]

 

O erudito Bíblico Hugo Odeberg foi a pessoa que traduziu esta obra. Ele escreveu sobre este futuro profeta, onde ele disse que:

 

“…o fim do curso do mundo presente é marcado pela aparência do Messiah ben Joseph e Messiah ben David, em cujos tempos haverá guerras entre Israel e ‘Gog e Magog’; a consumação final será então, assim parece, ocasionada propriamente por aquele Um que é Santo” [5]

 

No Antigo Testamento de nossos dias atuais, lemos em Deut 33:17 a história do unicórnio ou boi que usa seus chifres para ajuntar os eleitos. O Livro de Enoque Hebreu descreve este boi como um símbolo de um homem futuro que seria usado como um instrumento nas mãos de Deus que ajuntaria este outro “gado.” Enoque narra uma visão que ele teve desta maneira:

 

“E eu vi que um boi branco nasceu, com chifres grandes, e todas as bestas do campo e pássaros do ar o temiam e faziam petições a ele continuamente. E eu vi que toda sua espécie foi transformada, e eles todos se transformaram em gado branco. E o principal dentre eles era um búfalo, e aquele búfalo era um grande animal, e tinha grandes chifres negros em sua cabeça. E o Senhor das ovelhas regozijava sobre eles, e sobre todo o gado.” [6]

 

O simbolismo do Touro/Boi e o Messiah Ben Joseph

 

Todos os intérpretes concordam na tradução do rico simbolismo. O Boi branco representa o David Messiah. O búfalo (boi selvagem) relaciona-se com Deut 33:13-17. Os grandes chifres são simbólicos de um touro (novilho) usado para empurrar e juntar Israel. Este é o “emblema do Messiah Ben Joseph” de acordo com a Enciclopédia Judaica.[7]

 

Um dos grandes estudiosos Judeu do Antigo Testamento, Dr. Charles Torry, escreveu a respeito deste futuro profeta como se relaciona ao previamente mencionado Livro de Enoque e a escritura no Antigo Testamento:

 

Portanto parece estar assegurado, além de qualquer dúvida, que o ‘formidável animal’ de Enoque 90:38, que está destinado a aparecer no final dos últimos dias, é o Messiah Ben Joseph. Não é por acidente que as palavras com as quais ele é apresentado, ‘e o mais excelente entre eles (gado) era o búfalo,’ se repetem no início de Deut 33:17: “As primícias do rebanho...seus chifres são chifres de boi selvagem.” O autor de Enoque, que conhecia a tradição Judaica, apresentou seu ‘búfalo’ com a natureza divino-humana descendente da casa de José. Com o búfalo, contudo acima dele, estava o boi branco, o ungido da linha de Davi, ‘e o Senhor das ovelhas se jubilou sobre os dois.’”[8]

 

A Rica Série de imagens do Nome Joseph originário das Tradições Judaicas e Samaritanas.

 

 

É importante notar que a antiga tradição Judaica dava muita importância à conexão com nomes. Nomes tinham mais do que apenas um único significado. Eles contam uma estória. A narrativa de Joseph do passado é rica em simbolismo à medida que se relacionava ao seu tempo e ao futuro Messias que estava para expiar pelos pecados do mundo. Mas, à medida que aprendemos sobre o Livro de Mórmon, os escritos de Joseph do Antigo Testamento, passado mais tarde para os Nefitas, prediz a história de um futuro Joseph, cuja vida seria espelhada em Joseph do passado.[9] Por que o antigo profeta nomeou este futuro profeta de acordo com seu próprio nome?

 

Antigas tradições Judaicas ajudam responder isto. A etimologia do nome Joseph é normalmente definida como “o Senhor adicionou” ou “aumentou.” Quando Raquel nomeou seu filho Joseph, foi traduzido no Hebreu como “Asaph” que significa, “aquele que ajunta,” “aquele que causa o retorno” ou “Deus ajunta.” A idéia de um futuro Messiah Ben Joseph era também conhecida entre outros antigos profetas do Antigo Testamento. Assim como Enoque, eruditos Judeus têm concluído que Jeremias estava falando sobre este futuro profeta em seus escritos.

 

Em Jeremias 30:21 lemos: “E seus nobres serão de si mesmos, e seus governantes procederão do meio deles; e Eu farei com que ele se aproxime, e ele se achegará a mim: pois quem é este que se empenha para se achegar a mim? Diz o Senhor.” Edward G. King, o estudioso que traduziu “The Yalkut on Zechariah” escreveu o seguinte concernente a esta passagem “Certamente nós não poderíamos culpar nenhum Judeu que enxerga um Messiah Ben Joseph nestas palavras.” [10] Dr. King nos relembra que esta passagem é para ser cumprida nos últimos dias. Como entendemos isto a luz da tradição Judaica de um Messiah ben Joseph?

 

Interpretação Judaica do Profundo Significado das Profecias de Jeremias


Se você ler Jeremias 30 e 31, você descobrirá que o antigo profeta estava falando da restauração de Israel nos últimos dias. Estes capítulos foram escritos para ser lidos juntos. Os Judeus consideram estas seções do
Livro de Consolação por causa do conforto que eles deram a Israel quando, naquela época, as perspectivas de Israel à medida que se relacionava com sua nação e cultura estava no seu ponto mais baixo. Estes capítulos falam do futuro de Israel que retornaria para suas terras e grandeza do passado – com profetas os guiando como a nação que entrega seu Reino a Deus. Muitos pensaram que isto aconteceria por volta de 605 AC, depois do cativeiro babilônico e posteriormente a emancipação dos Judeus por Ciro (538 AC)

 

Mas as escrituras primitivas tornaram claro que Efraim, a quem foi dado o direito de primogenitura, faria isto e seria a força movente atrás desta grande coligação. Efraim é descrito como a “torre de vigia sobre os montes,” a tribo designada para levantar a voz de advertência para coligar Israel onde eles iriam declarar a palavra do Senhor. Depois da queda de Efraim (por volta de 605 AC), a eles seria dada a oportunidade de se arrependerem,onde a eles são dados os princípios de salvação.[11] Os Efraimitas dos últimos dias estariam cumprindo a promessa de restaurar as antigas verdades e “um novo convênio” com o Senhor.[12] Esta profecia manifesta o trabalho de Joseph Smith à medida que se relaciona com o evangelho restaurado e os convênios que envolvem parte do processo de restauração. De fato, Joseph Smith era um Efraimita.[13]

 

Deveríamos lembrá-lo de que era uma prática comum entre os Judeus escrever sobre a vinda do Messias à medida que ela é relacionada ao seu primeiro ministério e sobre Messiah Ben Joseph. Estas escrituras são conhecidas como as passagens dos “servos sofredores.” Isto se refere ao rei triunfante que os libertaria de seu estado de servidão. Mas as escrituras que os trouxeram consternação foram aquelas que se relacionam com a rejeição do Salvador: ele sendo desprezado, afligido e machucado. O futuro libertador seria “trazido como um carneiro ao matadouro.” [14] As referências destas escrituras são difíceis de negar porque elas obviamente falam sobre um futuro personagem que expiaria pelos pecados de Israel – um Messias. Os Judeus se encontraram num atoleiro de escrituras. Como eles se safaram desta? Eles saíram desta ao ler nesta passagem que havia dois Messias – um sofrendo e o outro como um rei triunfante.[15]

 

Tradição Judaica dos “Dois Messias” à medida que se relaciona a um Futuro José e a Coligação de Israel

 

O erudito Judeu Zeitlin explica o assunto sem rodeios: “De acordo com um depoimento Talmúdico os Judeus acreditavam em dois Messias, um da tribo de José, ou mais precisamente, que era um Efraimita, e o outro como um descendente real de Davi.” [16] Eles simplesmente criaram dois messias! Um que expiaria pelos pecados do mundo, e o outro seria a vinda de Elias[17] - um título frequentemente dado para um precursor que era para abrir uma nova dispensação antes do retorno do Messiah Ben David. O Elias dos tempos modernos não é para ser aquele que expiaria pelos pecados, mas antes, abrir o caminho para receber o Senhor.

 

 

Foi esta convicção, colhida dos antigos escritos Judaicos, que o futuro Messiah ben Joseph era para vir ao mesmo tempo do retorno de Elias (profeta Elias, Elijah em Inglês). Uma tradição se centraliza em torno de Elias (Elijah) restaurando a vida do Messiah ben Joseph onde ele se juntaria a fuga com outros para o deserto. Ele permaneceria lá até se juntar ao Messias, que iniciará Seu trabalho de redenção.[18] O papel de Joseph seria em trazer a destruição dos reinos da iniqüidade. Isto se refere às bênçãos originais dada por Jacó para seus filhos. De fato, Ginbert nos lembra que Jacó está contrastando seus filhos com os animais, retornando ao arquétipo de relacioná-los a certas características como eles associavam com seus futuros chamados. Jacó “chamou Benjamim de um lobo, Judá de um leão, e José de um boi.” O propósito disto era para:

 

“…aponta para os três reinos conhecidos como lobo, leão e boi, e o destino dos quais eram e serão selados pelos descendentes de seus três filhos: Babilônia, o reino do leão, caiu pelas mãos de Daniel da tribo de Judá: Média, o lobo, encontrou seu mestre no Benjamita Mordecai; e o boi José subjugará a besta com chifre, o reino da iniqüidade, antes do tempo Messiânico.” [19]

 

Deveríamos lembrá-lo que a antiga tradição Judaica sobre o papel do Messiah ben Joseph centraliza-se em torno de um dos principais pontos em foco: coligação de Israel nos últimos dias. Ele é para ser alguém que designa e restaura a verdadeira adoração em templos, retorno de Judá a Palestina, reconstrução da cidade de Jerusalém como se relaciona com a construção daquele templo naquela cidade e realização do retorno das 10 tribos. Tudo isto é destinado a acontecer antes da vinda do Messiah Ben David.[20] Os Judeus acreditam que o Messiah Ben Joseph está sempre ligado ao trabalho nos últimos dias de Elias (profeta Elijah) - que é um precursor do Messias. Elias (Elijah) é “…responsável pela missão de ordenar a vinda dos tempos corretamente e restaurar as tribos de Jacó.” [21] É a crença dos Judeus que quando Elias (Elijah) vier, ele retificará “...tudo concernente às leis e interpretação Bíblica...” durante o qual ele será envolvido com a correção de “…todo registro genealógico.”

 

O Messiah Ben Joseph, o papel de Elias (Elijah) e a conexão Efraimita

 

Este trabalho é conectado ao estabelecimento da paz e de retornar o coração dos filhos a seus pais.[22] Esta é “…a atividade principal de Elias (Elijah)…[que] [ajudará] a restaurar a pureza da família.” [23] O retorno de Elias (Elijah) era para ser sobre o tempo da restauração do sacerdócio de Melquisedeque bem como da redescoberta do peitoral do Urim e Tumim. O retorno de Elias era também para acontecer, de acordo com Dr. Klausner, durante o tempo sagrado da ablução e unção. Tudo isto ocorreria quando a reconstrução do novo templo de Israel seria esperada.[24] Isto realmente aconteceu nos últimos dias. Na dedicação do novo templo, Elias (Elijah) de fato retornou no exato dia quando o povo tradicional Judeu celebra a páscoa. Isto ocorreu no dia 3 de Abril, 1836, no exato intervalo do décimo quinto dia de Nissan no calendário Hebraico.[25]

 

Muitas escrituras Judaicas gostam de conectar o antigo profeta Judeu com o futuro Messiah Ben Joseph. No Antigo Testamento, a mãe de José, Raquel, profetiza sobre a progênie de seu filho e acreditava “…que José seria o ancestral do Messias (Efraimita), que se levantaria no final dos dias,” [26] onde ele apareceria como o Messiah Ben Joseph.[27]

 

O Mais Renomado Judeu Erudito e Sua Pesquisa sobre o Messiah Ben Joseph

 

Tão difundidas eram essas antigas crenças entre os Judeus, que um dos principais eruditos do Antigo Testamento dos dias de hoje e de todos os tempos devotou grande parte de sua vida adulta estudando a lenda do Messiah Ben Joseph. Ele é considerado uma das maiores autoridades nas antigas tradições Judaicas.[28] Dr. Joseph Klausner era professor de Hebraico e do Antigo Testamento na Universidade Hebraica em Jerusalém. Ele é o autor de muitos livros lido. Um de seus escritos mais significantes foi o clássico A Idéia Messiânica em Israel.[29]

 

Tão importante era este tema do Messiah ben Joseph na história Judaica que ele devotou um capítulo inteiro a ela neste estudo.[30] Seu motivo era bem interessante. Quando pesquisava o assunto, havia algo que aborrecia o Dr. Klausner. Ele descobriu, que, de fato, a tradição da vinda do Messiah ben Joseph era “…tão completamente estabelecida entre os eruditos Judeus...” mas, para sua surpresa, “...não havia referência a isto nas escrituras Hebraicas,” escreve o professor emérito do Antigo Testamento W. Cleon Skousen. Dr. Skousen diz, “O Talmude, Midrash, e o Targum todos fazem referências [a tradição], mas estes, obviamente, são meros comentários, ao invés das próprias escrituras.” [31] O que tornava isto ainda mais intrigante para o Dr. Klausner, era que a tradição do Messiah Ben Joseph é “…mais zelosa...” entre os Samaritanos “...do que a dos Judeus em manter viva...” a predição do futuro profeta.

 

 

Os Samaritanos eram um diminuto grupo remanescente que foi bem sucedido em escapar do assédio dos Assírios em 721 A.C. Eles permaneceram atrás enquanto grande parte do resto de Israel foi levada para a Mesopotâmia. Dr. Skousen nos lembra que esta antiga tradição Messiânica “…se estende a um período que era bem anterior ao Talmude.” [32] De acordo coma o sumário compilado pelo Dr. Klausner, o zelo dos Samaritanos em preservar esta antiga crença pode ser resumido desta maneira:

 

  1. Os Samaritanos diziam que o futuro Messiah ben Joseph seria descendente de José através de Efraim. Ele nota que eles algumas vezes referem a ele como o “filho de Efraim.”
  2. Que ele seria chamado Tel, significando “...o restaurador,” “aquele que restaura”, ou “aquele que causa o retorno.”
  3. Suas crenças eram de que ele chamaria o povo ao arrependimento enquanto trazia de volta melhores dias para Israel.
  4. Os Samaritanos diziam que este futuro Joseph “...restauraria em todo lugar a verdadeira Lei a sua validade anterior e converteria todas as pessoas, especialmente os Judeus, a religião Samaritana (Efraimita).” [33]

 

Esta tradição tem ido mais longe do que outros têm dito a respeito deste futuro profeta. Wilhelm Bousset descobriu que ele, além de tudo, iniciará a restauração das dez tribos as suas próprias terras.[34]

 

Numa posterior verificação da tradição Samaritana concernente ao Messiah Ben Joseph, o Rabi Abisha ben Pinhas do século quatorze escreveu este comentário poético a respeito da futura vida e realizações deste longo e antecipado “restaurador” que eles chamavam de Taeb:

 

“Quando ele nascer em paz

Sua majestade brilhará avante nos céus e na terra

Quando o Taheb crescer, sua retidão será revelada

O Senhor o chamará e ensinar-lhe-á suas leis

Ele lhes dará uma nova escritura e os revestirá com profecias.”

 

Uma das mais interessantes perspectivas que o Dr. Klausner confirma centraliza-se em torno deste futuro Joseph que é contígua com a profecia de Ezequiel 37 e as tribos de José e Judá.[35] Como já mencionado, era também da opinião do Dr. Klausner que o profeta Elias (Elijah) apareceria nos dias do Restaurador, ben Joseph.[36] Tão enraizado era esta tradição Judaica e Samaritana que a dissertação doutoral do Dr. Klausner na Universidade Heidelberg continha referências e mais referências sobre o antecipado profeta. Esta universidade a publicou em 1904.

 

Mais Eruditos Verificam o Futuro Papel de um “José” na Restauração de Doutrinas Antigas

 

Outros Judeus eruditos tem também escrito com referência a este futuro profeta dos últimos dias. O Dr. Julius Hille Greenstone diz que este futuro restaurador:

 

“…incluirá o ajustamento de todos os assuntos da Lei e interpretação Bíblica, a correção de todos os registros genealógicos que se tornaram confusos no curso do tempo, a morte de Samuel, Satanás, o autor base de todo o mal, e a realização de sete milagres. Ele especialmente será o instrumento em trazer Israel ao genuíno arrependimento e em estabelecer paz entre todas as classes, e tornar o coração dos pais e filhos um ao outro.” [37]

 

Outros historiadores Judeus têm dito que o Messiah Ben Joseph seria responsável pela coligação dos Índios nas Américas. Como já mencionado em um capítulo prévio neste estudo, o Rabi Manassés Judeu-Holandês propôs (em 1644!) tal teoria onde ele entrevistou o explorador Judeu Antonio De Montezionos (Levita de Aarão). De Montezionos-Levita tinha acabado de retornar de uma extensa viagem nos Andes Peruanos, onde ele aprendeu que os “nativos...recitavam o Shema’ [e] e que diziam que eles eram descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, e que observavam a fé Judaica.”’[38] (Nota do tradutor: O Shema é uma afirmação do Judaísmo e uma declaração da fé de um só Deus. A obrigação de recitar o Shema é separada da obrigação de orar e um Judeu é obrigado a dizer Shema de manhã e a noite (Deut 6:4-7) O professor Manassés averiguou que estes poderiam ser remanescentes das dez tribos. O Rabi Hillel Silver, após investigar as observações de Manassés, escreveu que “na restauração que se aproxima, estes ‘filhos de longe’ (Isaias 43:6) serão ajuntados ‘das ilhas do mar’ (i.e. Oeste, Isaias 11:11)...” [39]Isto é exatamente o que a Igreja dos Santos dos Últimos Dias acredita na medida em que se relaciona com os nativos e seus ancestrais que vivem no Hemisfério Oeste.

 

A idéia do envolvimento de Messiah ben Joseph com a coligação de Israel apareceu vezes após vezes durante a história Judaica. Em antigos círculos rabínicos, o conceito em que Deut 33:17 foi interpretado, como mencionado antes, foi apresentar a vinda do Messias e o futuro “Elias”. O Dr. Klausner interpreta esta passagem como o descendente do antigo José que ajuntaria Israel “dos confins da terra.” [40] (Nota. Push together = ajuntar) É interessante que muitos líderes primitivos da Igreja SUD olhavam para esta passagem como tendo algo a ver com o chamado de Joseph Smith nos últimos dias.[41]

 

A Morte do Messiah Ben Joseph

 

A morte do Messiah ben Joseph centraliza-se no falecimento de um mártir. O antigo texto Judeu baraithot de Zacarias 12:10 menciona que sua morte seria causada por alguém sendo “perfurado.” [42] Os antigos nos lembram que não haverá nenhum valor expiatório em sua morte.[43]

 

É uma crença dos Santos dos Últimos Dias que Joseph Smith tem feito mais pela salvação dos homens, exceto o próprio salvador, nos últimos dias, do que qualquer outro homem.[44] E assim acontece que aqueles que acreditam nas antigas tradições do futuro Messiah Ben Joseph também pensam que ele seria mais importante do que qualquer outra figura, salvo seja o Messiah ben David.[45]

 

Em tempos antigos, o nome de Joseph em Hebraico significa “aquele que junta…” ou “…Deus ajunta…” O nome de seu irmão Hyrum significa “…aquele que exalta seu irmão...” A profecia tem sido cumprida, até mesmo no detalhe de sua morte engendrada no fato de Joseph Smith ter sido “perfurado por balas .” [46] É Joseph Smith o tão esperado Messiah ben Joseph predito pelos antigos? Talvez. Se ele não é, ele certamente chega perto. Com a profecia do Messiah ben Joseph permeando e tomando forma nos pensamentos Judeus, será então nossa próxima tarefa definir o papel do profeta dos últimos dias e a parte que ele representou em cumprir profecias como visto pelos antigos e modernos visionários. Que possamos agora voltar para aqueles poucos que realmente “viram” a mão da intervenção divina em preparar o caminho para a restauração do primitivo Cristianismo.




[1] Note que a maioria destes eruditos que você vai ler a respeito, não tem a mínima idéia de Joseph Smith e sua história.

[2] Encyclopedia Judaica Jr. Noutra secção da Enciclopédia lemos “De acordo com o Talmude, o Messias será um descendente da Casa de Davi e será precedido por um Messias secundário, da Casa de José...” Veja também o rodapé 7 neste capitulo para mais sobre o Messiah ben Joseph de fontes Judaicas.

[3] Joseph Smith foi de fato ungido para este chamado. D&C 124:57.

[4] Hebrew Book of Enoch 45:5.

[5] Hugo Odeberg, trans., 3 Enoch or the Hebrew Book of Enoch (reprinted New York: KTAV Publishing House, 1973) pg. 144.

[6] R.H. Charles The Apocrypha and Pseudepigrapha of the Old Testament, 2 vols. (Oxford: Clarendon Press, 1977) 2:260.

[7] The Jewish Encyclopedia, 12 vols. (New York: Funk and Wagnall’s Company, 1904) 8:512.

 
[8] Charles Torrey, “The Messiah Son of Ephraim,” Journal of Biblical Literature 66 (1947) pp. 266-268.

[9] 2 Nephi 3:6-7; JST Genesis 50.

[10] Edward G. King, trans., The Yalkut on Zechariah (Cambridge, England, Bell and Co., 1882) pg. 87.

[11] Jeremiah 31:19

[12] Jeremiah 31:33

[13] D&C 113:6.

[14] Isaiah 53:7. Muitos agradecimentos a Joseph Fielding McConkie por trazer isto a minha atenção.

[15] Charles Torrey, ibid. pg. 253. Torrey, escreve “A doutrina de dois Messias representa um laço importante no [pensamento] Judeu [que é] mais abundantemente aceito do que agora reconhecido. Não é uma teoria imperfeitamente formulada ou somente mantida temporariamente, mas sim um padrão de artigo de fé, primitivo e firmemente estabelecido e universalmente aceito.”

[16] Solomon Zeitlin, “The Essenes and Messianic Expectations,” Jewish Quarterly Review No. 45 (1954): pg. 107.

[17] John 1:21.

[18] Louis Ginzberg; The Legend of the Jews, 7 Vols (Philadelphia: Jewish Publication Society of America, 1911) 6: 340.

[19] Ginzberg, ibid Vol. 2:147.

[20] Ibid. Vol. 4: 233

[21] Ibid.

[22] Julius Greenstone, The Messiah Idea in Jewish History (Philadelphia: Jewish Publication Society of America,1906) pg. 320

[23] Ginzber, op. cit., Vol. 6, pg. 339.

[24] Joseph Klausner, Die Messianishe Vorstellungen des juedischen Volkes im Zeitalter der Tannaiten (Berlin: Verlag M. Poppelhauer, 1904) pgs. 61, 115-119. This is Dr. Klausner’s PhD thesis.

[25] See chapter 42 “The Hebrew Calendar, Jewish Theology and the Restoration” in this study.

[26] Raphael Patai The Messiah Texts (New York: Avon Book, 1979) pg. 165. See also Ginzberg, op. cit., Vol. 5: 299.

[27] Ginzberg, Vol. 2: pg. 7

[28] De fato, seu biógrafo escreveu o seguinte sobre o Dr. Klausner: “Ele foi um erudito fenomenal. Sua erudição em cultura Judaica e não-Judaica assombra a imaginação. Alguém poderia imaginar como um ser humano poderia ter acumulado tão vasto conhecimento em apenas um período de vida.” Kling, Simcha, Joseph Klausner (Thomas Yoseloff, 1970) pg. 11.

[29] Joseph Klausner, The Messianic Idea in Israel (Macmillan Company, N.Y., 1955).

[30] Ibid. Part III, Chapter 9.

[31] W. Cleon Skousen, Hidden Treasures of the Book of Mormon; op. cit., vol. I,  Introduction.

[32] Ibid.

[33] Klausner, ibid. pg. 484, 487, 493.

[34] Bousset-Gressmann, Die Religion des Judentums, 3rd Edition, 1926, pg. 224-225.

[35] Klausner, op. cit., pg. 495.

[36] Ibid. pg. 498.

[37] Greenstone, op. cit.; pgs. 95-96.

[38] Abba Hillel Silver, Messianic Speculation in Israel (Boston Press, 1927) pg. 191.

[39] Ibid.

[40] Klausner, op. cit., pg. 487.  See also Mowinckel, Sigmund, He That Cometh (N.Y.: Abingdon Press, 1954) pg. 290.

[41] Journal of Discourses, Vol. 23, pgs. 184-185.

[42] George Foot Moore, Judaism in the First Centuries of the Christian Era: The Age of the Tannaim, Vol. II (Cambridge: Harvard U. Press, 1966) p. 370.      

[43] Ibid. pg. 483.

[44] D&C 135:3.

[45] Klasuner, op. cit. pg. 501.

[46] From notes an the Old Testament lecture summarized from Professor W. Cleon Skousen