1. A conversão de Clemente, 3o Bispo de Roma, pelo apóstolo Barnabé

2. A cura de uma cega em Toronto, Canadá, pelo apóstolo Parley P. Pratt

3. Ressurreição de Ella Jensen, pelo então apóstolo Lorenzo Snow

4. Visão do Salvador pelo presidente Lorenzo Snow


1.  A Conversão de Clemente

1- Neste infeliz estado de dúvida e perplexidade, Clemente começou a prestar alguma atenção nos crescentes rumores sobre estranhos acontecimentos na longínqua Judéia, e então aconteceu de um dia ele encontrar uma reunião em praça pública promovida pelo ramo local da igreja em Roma: “Havia um homem de pé, numa parte muito movimentada da cidade,” e ele nos conta, “chamando o povo e dizendo: “Escutai-me, Romanos, O Filho de Deus está no país da Judéia, prometendo vida eterna a todos os que lhe derem ouvidos, desde que façam certas coisas de acordo com a vontade daquele que o enviou, chamado Deus o Pai... ’ Este homem que estava dizendo estas palavras à multidão era um oriental, um Judeu por nacionalidade, cujo nome era Barnabé. Ele declarou que ele fora um dos discípulos daquele homem, e que havia sido enviado por Ele com o propósito específico de fazer com que estas coisas fossem conhecidas a todos que quisessem recebê-las. Quando eu aquilo ouvi, decidi parar e juntar-se à multidão que o estava escutando para ouvir o que ele tinha a dizer. Pois podia perceber imediatamente que não havia nada da arte da dialética naquele homem, mas que ele simplesmente e sem nenhum traço de retórica, relatava as coisas que havia escutado do Filho de Deus, ou que ele havia visto. Ele não apoiava suas asserções com hábeis argumentos, mas clamava à população que o escutava sobre as muitas testemunhas das palavras e milagres que ele estava relatando.

2- “Bem, o povo começou a dar uma atenção favorável a coisas faladas com tanta sinceridade e a receber a mensagem daquele simples sermão. Mas havia alguns presentes que pareciam ser homens bens educados ou filósofos que começaram a rir do homem e o provocar, lançando as armadilhas dos argumentos silogísticos como irresistíveis armas contra ele. Mas ele, sem se perturbar e agindo como se considerasse seus ataques ferinos como nada digno de atenção, nem mesmo se importava em dar-lhes uma resposta, mas prosseguiu destemidamente dando o discurso como havia prometido. “Mas havia um camarada inteligente na multidão que continuamente interrompia sempre com a mesma questão: “Por que uma mosca, pequena como ela é, fora criada com seis patas e asas para esta vida, enquanto um elefante não tinha asas e somente possuía quatro patas?” Este homem importunou tanto até que Barnabé finalmente se dirigiu a ele. “Nós aqui viemos sob o mandato daquele que nos enviou para anunciar-vos seus feitos e palavras maravilhosas. E em apoio a tal nós não produzimos argumentos cuidadosos e bem trabalhados, mas chamamos testemunhas de vosso próprio meio, ...Agora está inteiramente sobre vós receber ou rejeitar nossa mensagem. Todavia nós não podemos refrear de dizer estas coisas que são para o vosso próprio bem, pois se ficássemos em silêncio, a condenação seria nossa, mas se falamos e vós não o recebeis, a perda é toda vossa. Concernente a vossas ridículas proposições, poderíamos respondê-las facilmente, e o faríamos se vós estivésseis perguntando com um sincero desejo de conhecer a verdade  - eu me refiro a toda esta baboseira sobre a diferença entre elefantes e moscas”

3- Em resposta a isto, todos os jovens inteligentes gargalharam e gritaram, tentando demover Barnabé e fazer com que parasse de falar, chamando-o de bárbaro louco, pois que falava com um sotaque. Nesse ponto, o próprio Clemente... entrou no meio da discussão e se dirigiu a multidão com grande ousadia: “Bem certamente, o Deus onipotente tem ocultado sua vontade de vós, sabendo que sois vós indignos desde o princípio – como deve ser claro para qualquer pessoa pensante a partir de vosso presente comportamento. Pois quando vedes pregadores da vontade de Deus vindo até vós, se o discurso deles não demonstra nenhuma familiaridade com a arte da gramática, mas ao invés disso eles vos falarem dos mandamentos de Deus em frases simples e não rebuscadas, de tal forma que qualquer que os ouça possam compreender e seguir o que estão dizendo, vós fazeis mofa destes ministros e mensageiros de vossa salvação, esquecendo ...que um conhecimento da verdade pode ser encontrado entre rústicos e bárbaros; ainda vós não aceitareis a menos que venha por alguém de sua própria cidade em sua própria linguagem vernácula; e isto é prova de vós não sois de maneira alguma amigos da verdade e dos filósofos [os buscadores de toda sabedoria], mas amigos dos enganadores, dos homens com suas grandes bocas, que vos lisonjeiam, os quais acreditam que a verdade não habita em simples palavras mas em astúcia e em linguagem rebuscada.” Este tipo de discurso da parte de Clemente quase levou para uma revolta e ele e Barnabé tiveram que escapar dali.

2. Cura de uma cega em Toronto, Canadá. Parley P. Pratt parodia sua história com a história do cego de nascença, conforme encontramos em João 5.

Do Diário de Parley P. Pratt.

 Quando de sua Missão em Toronto, no Canadá. pp. 117 & 118

 
            No dia seguinte a Sra. Walton me pediu para visitar uma de suas amigas que também era  viúva em grandes tribulações, estando totalmente cega devido a uma inflamação em seus olhos; ela vinha sofrendo dores extremas por vários meses, e também havia se reduzido a uma condição paupérrima, tendo quatro pequenas crianças para sustentar. Ela perdera seu marido por cólera dois anos antes, e havia sustentando a si mesma e a sua família lecionando numa escola até que foi privada de sua visão, desde então ela vinha sendo dependente da sociedade Metodista; sendo então ela mesma e as crianças um fardo público.

            A Sra Walton enviou-me sua filha de 12 anos para me mostrar o caminho. Eu visitei a pobre viúva cega e seus órfãos, eu os encontrei num apartamento escuro e fechado, sendo assim para que se impedisse que qualquer raio de luz atingisse e ferisse dolorosamente ainda mais os olhos daquela pobre viúva. Eu lhe relatei as circunstâncias de minha Missão, e ela acreditou em mim. Eu impus as mãos sobre ela e em nome de Jesus Cristo disse a ela: “Teus olhos serão curados a partir deste instante”. Ela tirou as bandagens que cobriam seus olhos, abriu sua casa para a luz; vestiu-se e caminhando com seus olhos abertos veio para a reunião naquela mesma noite na casa da irmã Walton, com olhos tão sãos e brilhantes como os de que qualquer outra pessoa.

            A sociedade Metodista estava agora livre de um fardo na pessoa dessa viúva e de seus quatro órfãos. Este impressionante milagre logo ganhou notoriedade, e a casa da pobre mulher logo estava cheia de visitantes de todas as partes da cidade e da região, todos curiosos para testemunharem por eles mesmos e inquirirem dela como seus olhos haviam sido curados.

“Como o homem curou seus olhos?” “O que ele fez? – dize-nos,” eram questões tão freqüentemente repetidas que a mulher, preocupada com as respostas, veio até mim por conselho para saber o que deveria fazer. Eu a aconselhei a dizer-lhes que o Senhor a havia curado, e dar a Ele toda a glória, e que aquilo seria o suficiente. Mas eles ainda a importunavam por mais detalhes. “O que este homem fez?” “Como teus olhos se abriram e ficaram sarados?”

“Ele impôs suas mãos sobre minha cabeça e em nome de Jesus Cristo, repreendeu a inflamação e ordenou a meus olhos que ficassem sãos e que se restaurasse a minha visão, e isto foi instantaneamente realizado.”

“Bem, daí glória a Deus; pois, concernente a este homem, é bem conhecido de que ele é um impostor, um seguidor de Joseph Smith, o falso profeta”

“Se ele é um impostor ou não, eu não sei; mas isto eu sei, eu era antes cega, e agora eu vejo! Pode um impostor abrir os olhos de um cego?”

“Talvez então você queira ser seu discípulo, unir-se aos ‘Mórmons’?”

“Ele nada me disse sobre unir-se aos ‘mórmons’, mas me ensinou o evangelho, e prestou testemunho de que Deus restaurou seu poder na terra. Gostar-vos-iam também de serem seus discípulos? Ou então por que me perguntais tão ansiosamente sobre como meus olhos foram curados?”

“Oh! Nós somos discípulos de John Wesley. Nós somos a Igreja Cristã. Nós conhecemos John Wesley, mas concernente a este homem, não sabemos nem de onde ele vem.”

“Como é isto que não sabendo vós de onde ele é, e ainda assim ele me abriu os olhos? Acaso John Wesley abriu os olhos de algum cego? Pode um impostor fazer isto?”

“Ah, agora vemos como é. Você está determinada a abandonar a Igreja Cristã, o bom e velho caminho, pela causa destes tolos, destes míseros impostores – os ‘Mórmons’. Bem, adeus. Mas lembre-se, você não terá mais nenhuma ajuda de nossa sociedade, nenhum agrado de qualquer tipo; nem mesmo poderá lecionar aulas em nossa escola. Como então você se sustentará?”

Tais contendas e desencorajamentos como estes, sussurrados ao pé do ouvido daquela pobre mãe, dia após dia, junto com maledicências, mentiras e várias formas de arrazoamentos logo fizeram com que ela fraquejasse, e como milhares de outros pobres e fracos mortais, ela encolheu-se de volta na rede de enganos sectários e nunca mais foi vista pelos Santos.


3.        A Ressurreição de Ella Jensen, conforme relatada por ela mesma.

“Em primeiro de Março de 1891, fiquei extremamente doente devido à febre escalarte, e sofri muito durante uma semana. Foi na manhã do dia 9 que eu acordei com um sentimento de que iria morrer. Tão logo abri meus olhos eu podia ver alguns de meus parentes do outro lado do véu.... Eu então pedi a minha irmã para me ajudar a ficar pronta para entrar no mundo espiritual. Ela penteou meu cabelo, me lavou, e eu escovei os dentes e limpei minhas unhas para que eu pudesse estar limpa quando estivesse diante de meu Criador. ...Então despedi-me de meus entes queridos e meu espírito deixou o meu corpo.

“Por algum tempo eu pude escutar os meus pais e parentes chorando e pranteando, o que me perturbou grandemente. Tão logo, entretanto, Eu tive uma visão do outro mundo minha atenção se desviou deles para os parentes que lá estavam, os quais pareciam felizes em me ver... vi muitos de meus parentes e amigos que já haviam partido, muitos dos quais eu mencionaria várias vezes depois desta experiência, pois com muitos deles eu conversei... Após ter ficado com meus amigos que haviam partido o que pareceu ter sido um pouco tempo, ainda que tivesse passado várias horas, eu escutei o Apóstolo Lorenzo Snow administrar a mim, dizendo que eu deveria voltar, uma vez que ainda tinha algum trabalho a fazer na terra. Foi com pesar que tive de deixar aquele lugar celestial, mas disse a meus amigos que eu deveria deixá-los... Por muito tempo depois desta experiência, eu tive um grande desejo de voltar a este lugar de descanso celestial, onde eu habitei por tão pouco tempo” (citado em “Remarkable Experiences,” Young Woman’s Journal, Jan. 1893, 165)

3.       Aparição do Salvador ao profeta Lorenzo Snow, conforme relatado por sua neta, Allie Young Pond:

“Uma noite enquanto estava visitando meu avô Snow em seu escritório no Templo de Salt Lake, eu permaneci com ele até que os recepcionistas tivessem ido embora e os guardas noturnos ainda não houvessem chegado, então vovô me disse que me levaria até a entrada principal da frente para que eu pudesse sair. Ele pegou seu molho de chaves de seu gaveteiro. Após sairmos de seu escritório e enquanto estávamos ainda no grande corredor que levava à sala celestial, eu estava alguns passos à frente de meu avô quando ele me parou e disse: “Espere um momento, Allie, eu gostaria de lhe contar uma coisa... Foi exatamente aqui que o Senhor Jesus Cristo apareceu a mim na ocasião da morte do Presidente Woodruff. Ele me instruiu a ir adiante e reorganizar a Primeira Presidência da Igreja imediatamente e a não esperar, como havia sido feito após a morte dos presidentes anteriores, e que eu sucederia Presidente Woodruff.” “Então vovô se aproximou um passo mais, estendeu sua mão esquerda e disse: “Ele apareceu exatamente aqui, cerca de três pés acima do chão. Parecia que ele estava em cima de uma placa de ouro sólida.”

“Meu avô me disse quão glorioso o Salvador parecia e descreveu Suas mãos, pés, seu semblante e sua linda túnica branca, toda ela era de tamanha glória de brancura e brilho que ele mal podia fitar seus olhos sobre Ele.”

“Então ele se achegou um passo mais próximo e colocou sua mão direita em minha cabeça e disse: “Agora, minha neta, eu gostaria que você lembrasse que este é o testemunho de seu avô, de que ele lhe contou com os seus próprios lábios de que ele realmente viu o Salvador, aqui no Templo, e que conversou  com Ele face a face”’” (LeRoi C. Snow, “An Experience of My Father’s,” Improvement Era, Sept. 1933, 677).